A relação de intimidade poética e psicanalítica de Julio Camarero com seus personagens


13/11/2007 11:35

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Julio Camarero<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Julio Camarero.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Elis Regina<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Julio Camarero - Elis Regina.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A perfeição técnica com a qual Julio Camarero sabe tratar a matéria é fundamental: essa perfeição se desprende espontaneamente do valor estético, este mais do que evidente. Não se fala de imagem fria, mas de perfeição inerente a uma sensibilidade inata, que nada pede ao empenho calculado, mas se vale de uma extemporaneidade que acrescenta arte à própria arte.

Em suas composições nada é tratado hermeticamente, suas visões são legíveis de imediato: a alegria, o amor ou a dor constituem tramas evidenciados pela cor. Da expressão do olhar, da boca, do movimento das mãos que não são estranhas a todo contexto pictórico, mas cuidadosamente tratadas com a finalidade de completar o significado meditadamente desejado.

Uma relação de intimidade poética e psicanalítica percorre suas telas parcimoniosamente pintadas, onde o branco ao fundo valoriza sobremaneira o delicado cromatismo que o envolve.

Trata-se de uma pintura que encontra imediata resposta pela sensibilidade que o artista emprega ao criar a estrutura formal de suas obras figurativas e pela técnica com a qual procede para realizar a natureza das coisas.

Sua pintura põe em evidência todo o seu poder inventivo, resultado de figuras delicadamente traçadas com toques firmes e geniais. Mas além da precisão Julio Camarero procura dar uma visão interior dos personagens retratados, como em Elis Regina, obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, onde encontramos a presença de uma completa harmonia, de serenidade e de alegria, de felicidade e de esperança na vida.



O artista

Julio Camarero, pseudônimo artístico de Julio Gabriel Camarero Thomaz, nasceu em São José do Rio Preto, SP, em 1933. Estilista de formação, designer de móveis, ilustrador, decorador e retratista, seu trabalho tem mil faces e uma única ferramenta: o desenho.

Pintor de técnica hiper-realista impecável e com grande habilidade, emprestou o seu traço à industria da moda, sem nunca esquecer o seu lado criativo e intuitivo de grande observador, quase um fotógrafo sem máquina apenas o traço certo e seguro. Pertence ao grupo Ponte Cultura, composto por artistas plásticos de várias nacionalidades, tendências e técnicas.

Entre outras atividades, foi diretor de arte, moda e fotografia da Editora Abril (1961 a 1965); estilista contratado pela Rhodia para desfiles no Brasil e na Europa; ilustrador e jornalista de O Estado de S. Paulo (1966 a 1968); criador de estampas para papel de parede e tecidos de decoração; idealizador da feira da moda do Ceará.

Através de viagens pela Europa, realizou pesquisas sobre tendências da moda para calçados, bolsas, estampas e confecção, além de ter desenvolvido projetos de decoração de interiores e arquitetura. Elaborou uma grande série de aquarelas ainda inéditas sobre a moda do século XX (1996 a 2002).

A partir dos anos 90 passou a residir em Jaboticabal, onde se dedicou à pintura e ao desenho realizando retratos e pinturas hiper-realistas que ilustram personagens do século XX.

Possui obras em inúmeras coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp