Delegado pedirá prorrogação de prazo para concluir investigações sobre morte de animais no Zoológico


06/04/2004 20:03

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Comissão Especial da Assembléia Legislativa que investiga mortes de animais no Zoológico <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/ZOO 16ABR04 C.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

Após a reunião reservada entre o delegado Clóvis Ferreira Araújo - que preside o inquérito sobre o envenenamento de animais no Zoológico - e a Comissão Especial da Assembléia Legislativa que acompanha as investigações, foi concedida, no Auditório Teotônio Vilela da Assembléia Legislativa, uma entrevista coletiva para informar sobre o andamento do caso, já que a conclusão do inquérito policial estava prevista para essa terça-feira, 6/4.

Romeu Tuma (PPS) explicou que será pedida prorrogação do prazo para a apresentação do inquérito policial ao Ministério Público, pois a demora nos exames periciais realizados pelo Instituto de Criminalística (IC) compromete o andamento das investigações. "Já temos alguns suspeitos e tenho certeza de que eles serão indiciados. Entretanto, sem que tenhamos laudos conclusivos, qualquer acusação será precipitada", alertou.

Dificuldades

Para Tuma, se houvesse presteza na elaboração dos laudos do IC - que chegaram a demorar 30 dias - e do IML, cujos legistas se declararam incapazes de realizar perícias em vísceras de animais, as investigações estariam mais adiantadas e poderia ser evitada a morte de mais animais.

O deputado informou, ainda, outra dificuldade nas diligências policiais: como a natureza do crime - enquadrado no tipo Dano Qualificado - não prevê pena de reclusão, mas de detenção (uma punição mais branda), também ficam vetados procedimentos investigatórios como quebra de sigilo bancário e interceptações telefônicas. "Crimes como esse deveriam ser considerados hediondos", comentou, relatando seu convencimento de que a mortandade de animais tem motivação política, administrativa e financeira.

Waldir Agnello (PTB), presidente da Comissão de Representação, garantiu que o trabalho policial está sendo conduzido de forma satisfatória e que as dificuldades encontradas se baseiam no caráter sui generis do caso. "O mais importante é que a polícia vem agindo com bastante responsabilidade, evitando que ocorra qualquer indiciamento de forma leviana", assegurou o parlamentar, que também descartou ter havido negligência na administração do Parque Zoológico.

Peça-chave

Clovis Ferreira Araújo relatou que um dos laudos expedidos pelo IC seria uma peça-chave das investigações, entretanto o primeiro exame, solicitado há mais de 30 dias, foi inconclusivo. "Estamos aguardando que esta perícia seja refeita", explicou o delegado, que também espera o resultado de exames feitos pelo Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu. "Se os laudos forem positivos, contabilizaremos 75 animais mortos por envenenamento", lamentou.

Também estiveram presentes na coletiva os deputados Afonso Lobato, Giba Marson, Ricardo Castilho (PV), Marquinho Tortorello (PPS) e Rodolfo Costa e Silva (PSDB).

alesp