Resgate frustrado

Opinião
12/01/2006 17:44

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Deputado Afanasio Jazadji <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/afanasio.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O único presídio realmente de segurança máxima do Brasil, o de Presidente Bernardes, no Oeste do Estado de São Paulo, foi atacado por uma quadrilha, na madrugada de 9 de janeiro. A operação, que envolvia imenso e sofisticado arsenal, não deu certo e a polícia acabou prendendo um homem e duas mulheres que participaram do frustrado ataque às muralhas da cadeia. Uma das mulheres detidas, Renata Ramos de Oliveira, de 26 anos, está grávida de 7 meses. Outra moça foi presa, Edilaine Feitosa Vieira, de 23 anos, além do bandido Nilson Parrilha, de 31 anos. No dia seguinte, policiais prenderam, em Presidente Prudente, um quarto envolvido na operação: Márcio José Bereza, de 36 anos. Ficou claro que esse bando trapalhão pretendia resgatar o cabeça da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como "Marcola". Desta vez, não deu certo, mas é preciso que as autoridades fiquem atentas contra a ousadia dos bandidos.

O perigoso traficante carioca Fernandinho Beira-Mar esteve detido na penitenciária de Presidente Bernardes por dois anos e não conseguiu escapar, até ser levado para Florianópolis e, depois, para Maceió. Inaugurado em 2002 pelo governo estadual de São Paulo, esse presídio é considerado modelo, pois isola os presos em suas celas e reduz o contato com o mundo externo, eliminando as chances de fuga. O governo federal ensaiou a construção de cadeias semelhantes em outros Estados, mas ficou apenas nas promessas.

Parecia cena de filme de cinema: de madrugada, bandidos chegaram às muralhas da cadeia de Presidente Bernardes usando cinco automóveis roubados na região. Os bandidos levavam dois foguetes do tipo dos usados pelo Exército brasileiro, três lança-foguetes com telescópio, sete fuzis, duas metralhadoras, mais de 500 cápsulas de fuzis e 14 carregadores de fuzis, além de telefones celulares e aparelhos de radiocomunicação. É o caso de se perguntar como uma quadrilha consegue um arsenal tão poderoso, menos de três meses depois de a demagogia ter sido derrotada pelo povo do País no referente sobre a possibilidade de proibição dos cidadãos de bem de ter acesso a armas. Como se vê, não existem obstáculos para criminosos.

De qualquer modo, o fato é que permanecem intactas as muralhas da cadeia em que estão detidos o terrível "Marcola", responsável por inúmeras e sangrentas tentativas de fuga, e o bandido chileno Maurício Norambuena, chefe da quadrilha que seqüestrou o publicitário Washington Olivetto, além de vários outros autores de crimes hediondos. Ao chegar ao presídio de Presidente Bernardes, a quadrilha disparou tiros contra uma das guaritas da muralha e já se preparava para atacar a cadeia com outras armas, mas, diante da resposta radical dos guardas, tentou fugir, largando carros e armamentos. Três dos integrantes do grupo foram presos na hora e o arsenal passou a ser examinado por especialistas. A proteção às muralhas foi reforçada por policiais militares.

alesp