Ieda Helal reinventa a própria realidade baseada sobre a "memória no presente"


25/10/2007 11:07

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Ieda Helal<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Ieda Helal.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Aqua Brutus<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Aqua Brutus.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Como todo autêntico artista contemporâneo Ieda Helal também teve que prestar contas com a grande lição do impressionismo. Em tal sentido as razões profundas, as motivações mais precisas do seu figurativismo se verificam na relutância e no superar os confrontos, tanto de uma posição abstrata ou informal quanto daquela de um realismo de aceitação.

Procedendo ao longo dessa linha estética, a artista alcançou um aprimoramento das próprias qualidades pictóricas através da difícil técnica da aquarela sobre tela e sobre papel. A matéria cromática, mesmo tratada com largas transparências, o corte da composição, as estruturas da visão se tornaram sutis sob o impulso de um estro singular, às vezes até mesmo desconcertante. Assim, pouco a pouco, a artista conseguiu reinventar a própria realidade por uma mágica operação baseada sobre a "memória no presente".

Ieda Helal parece filtrar as imagens através da lembrança, através das tramas secretas da saudade, ou de uma melancolia serena entremeada de esperança, mas numa dimensão de profundo lirismo.

A aparente fragilidade de certas aquarelas, de feitura bem aguada, mas de cores envolventes e significativas, reúnem em si mesmas o vigor de um excelente nível técnico. A visão de espaço, antes de tudo, a surpreendente segurança da pincelada, a límpida transparência da cor, alcançam o objetivo de aliviar a matéria de quanto eventualmente reúne de mais forte.

Concebida em aquarela sobre tela, a obra Acqua brutos, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, põe em relevo valores interiores de pureza da observação, fixando-os numa transcrição de inegável poesia.



A artista

Ieda Helal nasceu em São Paulo, no ano de 1944. Cursou o Instituto de Arte e Decoração (IADE), São Paulo (1965 à 1967) e no Liceu de Artes e Ofício de São Paulo, o curso de História da Arte, ministrado pela professora Berenice R. Florsheim (1985); Desenho, usando a técnica de exploração do lado direito do cérebro, ministrado pela prof. Iraci Saviani, SP; Técnicas de pintura em cerâmica no Atelier de Sueli Gracie, SP (1992 à 1995); "Técnica e Manuseio de Materiais Artísticos", com a profª. Ana Maria Perruccio, SP (1993); Aquarela Contemporânea, com o prof. Setsuko Katayama; Workshop, com Dudi Maia no MUBE e Têmpera com Ubirajara Ribeiro (1995); Viagens de estudos na Malásia e em Cingapura, onde freqüentou ateliers de artistas locais; Integrou o grupo de artistas do Departamento. de Filatelia da Agência dos Correios do Brasil (2001).

Participou de exposições coletivas e individuais destacando-se entre elas: Grupo "Encontrarte"; Clube Alto de Pinheiros, SP (1992); Arte Contemporânea no Teatro Municipal de Barueri (1994); Fran's Café; Art Case Galery, Kuala Lumpur, Malásia (1995); Núcleo de Aquarelistas Santa Marcelina e Arte Mulher, Espaço Cultural Leonardo da Vinci, SP (2000); "Mulheres em Sol Maior", Espaço Cultural Leonardo da Vinci, SP; Casa da Fazenda do Morumbi. SP; Casa do Intercâmbio Cultural "Marcos Marin" SP e Aquarelistas em Alphaville SP (2001); Centro Cultural Brasil-Estados Unidos e Fundação Cultural de Sorocaba (2002); Casa da Fazenda do Morumbi; Galeria Judith Daprá SP e 3º Salão de Pintura Figurativa Bunkyo, SP (2003).

Esteve presente ainda em exposições internacionais no Palais de Glace, Buenos Aires, Argentina (2001); Arte e Cultura em Alto Mar, entre Brasil e Argentina, sob curadoria de Fábio Porchat (2002).

Recebeu diversos prêmios, medalhas de bronze, de ouro e o I Prêmio Maimeri Latino Americano e possui obras nos acervos da Galeria Documenta, Casa da Fazenda do Morumbi, Editora Totalidade e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp