Os ingredientes do sonho fantástico de Ivone Couto: enigma, mistério e cor

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
21/06/2006 15:38

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Ivone Couto<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Ivonecouto.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Guerreiro I<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Guerreiro.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O importante na obra de um artista, analisado no seu conjunto, é que seja compreendida, descoberta, decifrada, como um longo sonho, às vezes interrompido e depois retomado, com suas imagens, forças alternativas de visões e aproximações, suas voltas obcecadas, suas pulsações mais ou menos dominadas, suas evidências encobertas, seus signos revelados ou escondidos, seus recantos secretos e seus enigmas.

Tanto em seus desenhos quanto em suas litografias, Ivone Couto prefere se exprimir numa linguagem do passado, onde o mundo que ela nos descobre não se conceberia sem a assimilação anterior das idéias que ainda hoje agem sobre o que a nossa época tem de mais agudo e de mais jovem: as idéias de Freud e de André Bretton.

A obra de Ivone Couto se apresenta como um sonho a episódios nostálgicos, onde a fatos diurnos se aliam longínquas reminiscências e as cargas afetivas tendem a configurar um mundo de imagens no seio do qual se afirma um passado dinâmico, uma harmonia perfeita e plena das cenas e personagens de seus desenhos e gravuras, que podem evocar quase que simultaneamente os deuses da Grécia Antiga, a Era da Cavalaria, os Fatos da Renascença, os sonhos do nosso último fim de século e até mesmo as epopéias dos velhos garimpeiros das Minas Gerais.

O figurativismo de Ivone Couto tem personalidade própria. Seu pleno conhecimento do desenho serve a estruturar a figura humana. Inicialmente em branco-e-preto, hoje a cores, seus desenhos são obras cujos temas evidenciam o objeto central. A cor dá aos personagens um respiro, uma estrutura, um vulto, valorizando-os.

Cada tema, como no desenho Guerreiro I, doado ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, corresponde à constante observação da vida. O seu traço é resultado de um feliz aprofundamento fantástico a fim de que a imagem fale mais diretamente ao espectador.

A artista

Ivone Couto nasceu em Morada Nova Minas (MG), em 1959. Cursou belas-artes, artes gráficas e gravura em metal na Fundação Guignard, em Belo Horizonte, MG; desenho arquitetônico, na Escola Politécnica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG; especialização em litografia, em Ouro Preto, MG, com João Quaglia; escultura, com Décio Lima; criatividade, com Sara Ávila; especialização em litografia, com Luís Lobo; e pintura, no 10º Festival de Ouro Preto.

Desde 1972, participa de intensas atividades didáticas e de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Salão Dostoiewsky, Belo Horizonte, MG (1971); 4º Salão Universitário de Litografia, Belo Horizonte, MG (1972); Museu de Artes da Pampulha, Belo Horizonte, MG (1973); XI Salão de Artes Plásticas do Embu, SP; 5º Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo, SP (1974); 8º Salão de Arte Contemporânea de São Caetano, SP; 24º Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, RJ; Salão Nacional de Arte Universitária em Juiz de Fora, MG; Galeria Vivência, Belo Horizonte, MG (1975); Bienal de São Paulo, litografias; 9º Salão de Arte Contemporânea, Santo André, SP; 4º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte, MG; 4º Salão de Arte Jovem no ICBEU de Santos, SP; Arte e Pensamento Ecológicos, Câmara Municipal de São Paulo, SP, litografias (1976); 1ª Mostra Universitária Mineira (MAUM), Belo Horizonte, MG, litografias; Galeria Acaíca Arte Classe A, Curitiba, PR; Panorama de Arte Atual Brasileira no MAM de São Paulo, SP; Galeria da Aliança Francesa, São Paulo, SP (1977); Salão de Artes Plásticas do Maranhão, São Luís, MA; Salão de Cultura de la Caja da Aharros de Navarra, Espanha, litografias; Clube XV, Santos, litografias; I Encontro de Arte Funcisa, Salvador, BA; Grabados Brasileños, Caracas, Venezuela; VII Salão de Artes Plásticas de São Cristóvão, SE (1978); Arte Verão, Porto Seguro, BA; II Salão de Artes Plásticas, Rio de Janeiro, RJ (1979); Panorama de Desenhos e Gravura Brasileiro no MAM, São Paulo, SP, litografias; III Salão de Artes Plásticas do CEC de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, litografias (1980); I Salão de Artes Visuais de Rio Claro, SP, litografias; 10º Salão Bunkio, São Paulo, SP, litografias; 4ª American Biennial of Graphic Arts, Cali, Colômbia, litografias (1981); V Mostra de Gravura da Cidade de Curitiba, PR; VI Exposição de Artistas da Praia de Pernambuco, Guarujá, SP (1982); 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea Embraer, São José dos Campos, SP; Espaço SESC Paulista, São Paulo, SP (1983); Espaço Cultural Sambra, São Paulo, SP, litografias; Intergrafik 84, Internacionale Trenale Engagieter Grafik, Alemanha Oriental, Berlim (1984); International Print Bienal 1985, Taipei, Taiwan; 9ª International Print Bienal, Londres, Inglaterra; e 7ª Mostra do Desenho Brasileiro, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, PR.

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