Violência em São Paulo e no mundo

Opinião
20/04/2006 16:39

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Afanasio Jazadji<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/afanasio.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A cidade de São Paulo piorou sua classificação no ranking internacional que mostra as cidades com melhor qualidade de vida no mundo: Aparece, agora, em 108.º lugar entre 215 metrópoles dos cinco continentes. A capital paulista era a 107.ª e perdeu uma posição por causa do avanço da violência e da criminalidade, apesar do marketing dos últimos governadores tucanos sobre o possível controle do problema. O levantamento anual, produzido pela Consultoria Mercer, aponta a cidade de Zurique, na Suíça, como aquela que apresenta melhor qualidade de vida, levando em conta vários fatores, entre os quais, sem dúvida, a segurança.

Os suíços entram também com a vice-campeã, Genebra. A terceira colocada é do Canadá: A evoluída e tranqüila Vancouver. Viena, capital da Áustria, ficou com o quarto lugar. As melhores posições da América do Sul ficaram com Buenos Aires, na Argentina; Montevidéu, no Uruguai, e Santiago, no Chile, as três em 64.º lugar, situação bem melhor que a das brasileiras.

Se São Paulo está em 108.º lugar em qualidade de vida entre as metrópoles internacionais, o Rio de Janeiro aparece em posição pior: 117.º. Uma curiosidade: Até as cidades de Jerusalém e Tel Aviv, situadas no agitado Oriente Médio, conseguiram melhores classificações que as de São Paulo e do Rio.

O último lugar da lista ficou com Bagdá, no Iraque, por motivos óbvios. A cidade está envolvida numa guerra interminável, por conta do radicalismo tanto de facções árabes quanto do presidente americano, George W. Bush.

É importante saber que essa classificação sobre qualidade de vida circula entre empresários investidores de todo o mundo: É uma pena que nossas maiores cidades estejam tão mal classificadas. E quem sofre é o povo dessas metrópoles, já que empresas internacionais evitam investir em países menos seguros, como os da América Latina. Corte de investimentos significa limitação de empregos. Isto não só para o município de São Paulo, mas também para as cidades do Interior e do Litoral, que ficam sob influência direta da Capital. Enquanto não se fizer algo mais pela segurança, ficaremos condenados a essa vergonha, que afeta os moradores de nosso Estado e a economia do país.

No Interior, o crime continua avançando. Em 10 de abril, um estudante de 17 anos foi baleado diante de uma escola pública estadual, na cidade de Mogi Mirim, a 160 quilômetros de São Paulo e a 70 de Campinas, o que comprova o incrível avanço da violência em escolas do Interior.

O caso ocorreu defronte à Escola Valério Dutra, no bairro Mirante: Dois homens passaram de moto diante do colégio e dispararam pelo menos seis tiros. Uma das balas bateu no chão e atingiu um estudante que, ferido no maxilar, foi levado para a Santa Casa local, onde foi medicado e ficou fora de perigo. Menos mal, ele está salvo. Mas a pergunta que se faz é esta: Por que esse tipo de violência gratuita numa escola, ambiente que deveria ser preservado? O tráfico de drogas, muitas vezes, está por trás disso. As máfias agem livremente.

deputadoafanasio@al.sp.gov.br

*Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL

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