A atmosfera mágica de sonho e de luzes no "realismo fantástico" de Habuba Riccetti

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
24/11/2006 14:41

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Habuba Riccetti<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Habuba2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> <i>Embater</i><a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Habuba3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Poesia na pintura significa soma de sensações, de atmosferas, do modo de ser e de sentir, de tal forma a suscitar aquela impressão de distanciamento e, ao mesmo tempo, de aproximação da própria realidade. E a artista Habuba Riccetti é, sem duvida, "pintora da poesia".



Em seus quadros, toma corpo e substância uma visão pictórica mais livre e aberta, na qual levitam com extrema finura as imagens da realidade da artista, que parecem absorvidas pelas vibrações e pelos reflexos da atmosfera, de tanto que nos aparecem transparentes e luminosas.

O céu, as borboletas, as águas, a terra se fundem gradativamente através de uma luz inalcançável, que se reflete na pintura com suavidades tonais cromáticas. Nessa atmosfera mágica de sonho e de luzes, de ritmos e de harmonias, se inserem os temas enfocados.

Habuba Riccetti consegue nos transportar, através de sua pintura, para um mundo diáfano de espontaneidade e serenidade. O traço e a luz lhe permitem projetar as imagens sugeridas da realidade num espaço ideal, feito de magia e de fábula, onde a natureza encontra todo o fascínio que a civilização tecnológica lhe subtraiu. Através dessa síntese, a artista consegue aquela transparência que faz da pintura o espelho visual da música.

Na obra Embater, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, podemos verificar que sua pintura sofreu um gradual processo de maturação, paralelamente a uma longa evolução espiritual. Passando de um realismo figurativo a um realismo mais livre, solto, rarefeito, aporta no atual "realismo fantástico", que, no próprio contexto, absorve também elementos abstratos.

A artista

Habuba Riccetti, pseudônimo artístico de Habuba Farah Riccetti nasceu em Getulina, SP, em 1931. Paralelamente a suas atividades artísticas, foi professora primária e secundária de Geografia.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se: Cidade Oswaldo Cruz (1951, 1953 e 1958); XII Salão Paulista de Arte Moderna; II Salão Cultural da Folha de S. Paulo e IV Salão Bosio Internacional de Pintura e Escultura de Monte Carlo (1963 e 1964); VIII e XIX Salões Paulistas de Arte Moderna; II Salão de Arte Moderna, Brasília (1964 e 1965); III e IV Salões de Arte Contemporânea do Museu de Arte de São Paulo (1971 e 1972); IV e V Internacional de La Palme D'Or des Beauxs-Arts, Monte Carlo, Mônaco (1972 e 1973); VI Salão de Arte Contemporânea de Santo André; Clube Atlético Monte Líbano (1973); XXVIII e XXIX Grand Prix D'Arts Plástiques, Art Contemporain International, Lion, França; 3º Salão Bunkyo, Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (1974 e 1975); VII Palma de D'Ouro de Monte Carlo; União Cultural Brasil-Estados Unidos, São Paulo; Galeria de Arte Inquadrature, Florença, Itália; Galeria de arte Número, Veneza, Itália; Galeria de arte Fiamma Vigo Número, Roma, Itália; I Salão de Artes Plásticas da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes (1975); II Salão de Belas-Artes de Amparo; IV Salão de Artes de Taubaté; I Salão de Artes Plásticas de Itu; 40º Salão Paulista de Belas-Artes (1976); "A Mulher nas Artes", Galeria de Arte XXI; I e II Salão de Belas-Artes de Rio Claro (1976 e 1977); I Salão de Artes de Poços de Caldas; Centenário de São Caetano do Sul (1977); XVII e XIX Internacional de Dibiux Joan Miro, Barcelona, Espanha; Salão de Cultura de La Cajá de Ahorros de Navarra, Pamplona, Espanha (1978 e 1980); Clube do Artista e Amigos da Arte da AIAP; Esporte Clube Sírio; Centro de Artes Shopping News (1979); I Bienal Mundial dos Mestres das Artes, Paris, França (1980); VI Salão de Artes de Santos (1981); I Salão de Artes Plásticas do Museu Municipal de Getulina (1982); Comitê Internacional Independente, Artes Plásticas, Kanagawa, Japão (1984); The Hanga, Museu Metropolitano de Artes, Tóquio, Japão (1985); IV Salão Internacional de Gráfica, Itália (1987); Bienal de Sapporo Internacional Print, Japão (1991); e Clube Atlético Monte Líbano (2002).

Recebeu diversas premiações e homenagens, entre elas a da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, e possui obras em várias coleções particulares e oficiais no Brasil e no exterior.

alesp