DA REDAÇÃO Os recentes atentados a postos policiais e residências de membros das polícias motivaram a Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado Romeu Tuma (PPS), a convidar o secretário de Estado da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, para uma reunião extraordinária nesta quinta-feira, 20/11.Os deputados queriam ouvir qual a análise que o secretário faz das motivações dos autores dos atentados e quais conexões eles teriam com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Para Furukawa, as ações tiveram como objetivo reforçar o poder da organização e arregimentar mais membros. "As organizações criminosas vendem proteção dentro das unidades prisionais para os recém-chegados que, em troca, orientam as próprias famílias a fazerem depósitos mensais em contas da organização. Esta demonstração de força teve o objetivo de reforçar a impressão de que, apesar dos líderes do PCC estarem detidos eles ainda têm poder", afirmou o secretário.Furukawa desmentiu as informações de que poderia ter sido feito um acordo com os líderes da facção criminosa com o objetivo dar um fim aos ataques. "Era natural que estas ações cessassem, pois os bandidos não ganham nada em afrontar a polícia", disse o secretário. "Eles querem é obter lucros com os crimes e, uma vez reforçado o seu poder, a tendência era que as ações terminassem".A identificação de dois presos, conhecidos como Culu e Carambola, como responsáveis por algumas das ações também favoreceu o fim dos atentados, que, de acordo com Furukawa, foram cometidos por jovens que estão iniciando no crime e tinham dívidas a pagar.Questionado sobre o fato de, apesar de presos, os membros desta organização comandarem ações fora dos presídios, o secretário afirmou que a despeito das rigorosas normas de segurança dos presídios, sobretudo nos que seguem o regime disciplinar diferenciado (RDD), sempre haverá a possibilidade de se transmitir uma ordem, seja através dos advogados, seja através da própria família, pois a lei garante o direito do preso ter visitas.Segundo ele, mesmo em um regime especial como o RDD, as conversas não podem ser gravadas e quando têm o objetivo de articulação criminosa são feitas através de códigos. Para o secretário, as ações têm de se concentrar na identificação dos líderes e na prisão dos que estão fora do presídio.presos.