Assembléia lança Catálogo das Obras de Ruy Barbosa


24/11/2003 18:49

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Catálogo das Obras de Ruy Barbosa (Coleção Macedo Soares)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CatalogoObras.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/ruy1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

Para comemorar os 80 anos de falecimento de Ruy Barbosa e os 120 anos do nascimento de Macedo Soares, a Divisão de Acervo Histórico da Assembléia Legislativa lançou o Catálogo das Obras de Ruy Barbosa (Coleção Macedo Soares). O trabalho constitui o segundo volume da Série Instrumentos de Pesquisa.

Em 1965, a Assembléia paulista adquiriu a Biblioteca de Ruy Barbosa, pertencente ao bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais José Carlos de Macedo Soares, morto em 1968.

O acervo, com pouco mais de trinta mil volumes, abarca obras na área de direto, história universal, história do Brasil, história de São Paulo, de políticas públicas, de geografia, de estatística, de relações internacionais, dentre outras.

O objeto central deste Instrumento de Pesquisa, que ora é lançado, são as obras do próprio Ruy Barbosa. "No arrolamento da biblioteca de Macedo Soares, que acompanha o processo de compra do acervo pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, há uma seção, dedicada especialmente às obras de e sobre Ruy Barbosa, com trinta páginas e que lista um total de 978 volumes, aí incluídas as duplicatas e as várias edições de um mesmo título", explica o coordenador da coleção e diretor da Divisão de Acervo Histórico, Dainis Karepovs, ressaltando que, dada a vastidão da obra do jurista baiano, supõe-se que Macedo Soares não tenha reunido a obra completa de Ruy Barbosa.

Entretanto ele ressalta que "é inegável que as principais e mais raras edições publicadas como sendo de sua exclusiva autoria, inclusive as publicadas sob pseudônimo no Segundo Império". E completa: "Isto sem contar as obras publicadas em outros idiomas, entre as quais se inclui um curioso volume biográfico sobre Ruy Barbosa traduzido para o Esperanto".

No conjunto do acervo da Assembléia, merecem destaque dois documentos. O primeiro é um parecer manuscrito, de vinte páginas, datado de 22 de novembro de 1903, que trata da questão do repouso dominical, com base em um ato da Câmara Municipal de Campinas, que obrigava o fechamento do comércio aos domingos. O texto é reproduzido, no catálogo, em fac-simile. O outro é uma carta, de quatro páginas, do deputado Cincinato Braga. Datado de 15 de maio de 1934, seu autor dá testemunho da contribuição de Ruy Barbosa em um voto contrário, assinado por Braga, a parecer dado em 1918 sobre a inelegibilidade de um candidato.

Os interessados em receber o catálogo podem entrar em contato com o Acervo Histórico da Assembléia pelo endereço eletrônico: acervo@al.sp.gov.br



Sobre Ruy Barbosa

Baiano, nascido em Salvador no dia 5 de novembro de 1849. Alfabetizado aos 5 anos de idade, em 1866, ingressa na Faculdade de Direito do Recife, transferindo-se, após dois anos, para a Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, quando começa a escrever para diversos jornais, dentre eles A Independência e Imprensa Acadêmica, fundando, depois, o Radical Paulistano.

De volta à Bahia, ingressa no Partido Liberal, sendo eleito deputado à Assembléia Legislativa Provincial da Bahia em 1878. No mesmo ano, elege-se deputado geral e se muda para o Rio de Janeiro, quando integra a comissão de Instrução Pública, lutando pela reforma do sistema educacional brasileiro.

No governo provisório de Deodoro da Fonseca, Ruy assume o Ministério da Fazenda, com a intenção de promover a industrialização do país e livrá-lo da dependência ao capital estrangeiro.

Devido à oposição feita ao governo de Floriano Peixoto, Ruy exila-se em Buenos Aires. De volta ao Brasil, elege-se senador e briga pela anistia geral a todos os perseguidos durante os anos do Marechal de Ferro.

Em 1907 participa em Haia, na Holanda, da Segunda Conferência da Paz. Destacado pela imprensa internacional por sua brilhante participação, de volta ao Brasil é saudado como a Águia de Haia.

Candidato várias vezes à presidência da República, nunca fora eleito.

Morre em Petrópolis, aos 73 anos. A Gazeta de Notícias de 2 de março de 1923 noticia sua morte com a manchete Apaga-se o sol.

alesp