Os membros do Conselho de Ética da Assembléia Legislativa de São Paulo acataram, em reunião realizada na tarde desta terça-feira, 10/7, sugestão feita pelo deputado José Bittencourt (PDT) para que o conselho remeta à Mesa Diretora da Casa, a tarefa de solicitar, junto aos órgãos judiciais, documentação acerca de denúncias contra o deputado estadual Mauro Bragato (PSDB).A proposta de José Bittencourt, que não é membro do conselho, mas participou da reunião como corregedor substituto, foi acatada pelos deputados Roberto Engler (PSDB), Ed Thomas (PMDB), André Soares (DEM) e Davi Zaia (PPS). Com a atitude, os deputados postergaram a iniciativa proposta na última reunião do conselho, em 6/7, para que se formasse uma comissão de inquérito destinada a apurar as denúncias apresentadas contra o líder da bancada do PSDB.Para o deputado estadual Hamilton Pereira (PT), que é presidente do Conselho de Ética, a expectativa é de que o fato não deva atrasar os trabalhos. "A própria presidência da Casa encaminhou um despacho ao Conselho de Ética pedindo a apuração dos fatos apresentados pela imprensa e, portanto, a Mesa também tem interesse em que o processo caminhe o mais rápido possível", considerou.Mauro Bragato teve seu nome envolvido em denúncias de fraudes de licitações da Companhia de Desenvolvimento de Habitação e Desenvolvimento (CDHU). Na semana passada, foram encaminhadas ao Conselho de Ética duas denúncias das bancadas do PT e do PSOL e um despacho da presidência da Mesa Diretora da Casa, solicitando a investigação das denúncias pelo Conselho de Ética.Segundo o deputado Bittencourt, todos os documentos apresentados até o momento ao conselho são baseados apenas em denúncias apresentadas pela imprensa. "Ao meu ver, falta documentação para nos debruçarmos e termos um convencimento necessário para admitirmos a denúncia ou não", defendeu Bittencourt na reunião de hoje.Sobre o despacho da Presidência da Casa e das denúncias das bancadas do PT e do PSOL, Bittencourt defendeu que foram feitos, "cautelarmente", com o objetivo de desincumbência de responsabilidade. "Como é que vamos admitir esses documentos como denúncia incriminatória contra um parlamentar da estirpe do deputado Mauro Bragrato, se nós não temos os documentos necessários que instruam as manifestações", questionou Bittencourt.Segundo o deputado Hamilton Pereira, com a transferência à Mesa Diretora da incumbência requisitar a documentação junto ao Tribunal de Justiça, à Procuradoria Geral do Estado e ao Ministério Público, a expectativa é de que o processo de investigação pelo conselho continue no mês de agosto. "Agora, teremos que aguardar até que os órgãos judiciais atendam à solicitação da Mesa", explica o presidente do conselho.hpereira@al.sp.gov.br