Leishmaniose é usada como argumento para matança de animais em canis municipais


14/06/2010 16:39

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Mosquito que transmite a leishmaniose <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2010/LEISHMANIOSE mosquito.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Desde 2008, lei estadual proíbe eutanásia indiscriminada de cães e gatos



Com o intuito de fiscalizar o pleno cumprimento da Lei estadual 12.916/2008, que acaba com a matança indiscriminada de cães e gatos nos centros de controle de zoonoses, canis municipais e congêneres do Estado de São Paulo, o deputado Feliciano Filho (PV), autor do projeto que resultou na norma, criou uma equipe para visitar os municípios do Estado. O parlamentar constatou que a leishmaniose estava sendo usada como argumento para que alguns agentes públicos matassem os animais, já que a lei permite a eutanásia nos casos de males, doenças graves ou enfermidades infectocontagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde de pessoas ou de outros animais, desde que apresentado exame comprobatório.



Matar animais resolve?



Ciente da prática, o deputado resolveu esclarecer a real eficácia do sacrifício de animais como forma de conter a disseminação da doença. Por esse motivo, Feliciano Filho está coordenando o seminário Leishmaniose: Matar animais resolve?, que será realizado nesta sexta-feira, 18/6, a partir das 9h, no auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa.

O evento trará os maiores especialistas brasileiros para debater o assunto, entre eles: Sérgio Cruz, procurador-geral da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais; Carlos Henrique Nery Costa, médico epidemiologista, sanitarista e consultor do Ministério Público no Piauí; e André Luís Soares da Fonseca, mestre em imunologia da leishmaniose pela USP e doutorando pela mesma universidade.

Leishmaniose canina

A leishmaniose canina é uma doença parasitária transmitida pela picada do mosquito infectado (fêmeas da espécie Lutzomia longipalpis, também conhecido por mosquito-palha). Trata-se de uma doença sistêmica grave, de curso lento e crônico.

O calazar canino, do ponto de vista epidemiológico, é considerado mais importante que a doença humana, pois além de ser mais prevalente, apresenta um grande contingente de animais infectados com parasitismo cutâneo, que servem como fonte de infecção para os insetos vetores. Estas características tornam o cão doméstico o principal reservatório do parasito.

No Brasil existem atualmente 6 espécies de leishmania responsáveis pela doença humana.



felicianofilho@al.sp.gov.br

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