Em 1978, a Unesco aprovou a Declaração Universal dos Direitos do Animal, a fim de proteger os bichos da exploração, do abandono, do tráfico e do extermínio. Lamentavelmente, no entanto, no Brasil, assim como em inúmeras outras partes do mundo, há diversos animais em vias de extinção. São cerca de 208 espécies, entre elas, com destaque, o mico-leão-dourado e a arara-azul. Criaturas importantes para o equilíbrio do meio ambiente, os animais foram aquinhoados com uma data especial: 4 de outubro, o dia em que se comemora São Francisco, cognominado "Protetor dos Animais". Se o Dia Mundial dos Animais foi criado especificamente para nos lembrar de pensar sempre nesses seres que compartilham conosco o planeta Terra, é oportuno que nesse dia se adote uma atitude de conscientização diária que ajude a protegê-los e a preservá-los em seus hábitats originais. Em todos os tempos, artistas reproduziram animais em suas telas, mostrando a integração deles com os seres humanos. A ocasião nos estimula a publicar algumas obras do acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo que enfocam o tema.Revoada de Araras, de Marcos Lopes " Longe de qualquer anedotismo, as composições desse artista, embora dotadas de uma precisa referência à realidade da natureza, interceptada e recriada segundo um esquema que nasce espontâneo em formas, cores e volumes interligados, concretizam-se com imediatismo e em modulações artísticas.O Repouso dos Tigres, de Lourdes Alkmin " Essa obra é um misto de colagem sobre vidro reunindo tecido e técnica mista. Possui a delicadeza da arte oriental. Amante da natureza, a artista reúne em suas composições aves, animais predadores, florestas e riachos.Galo Arco-Íris, de Wilson Teixeira " Pintando com riqueza de acentos formais e pictóricos, solidamente estruturados numa intensa correlação cromática, o artista narra sua paixão pelos animais até mesmo com um ponto de ironia.O Búfalo, de Fang " O que mais impressiona na pintura desse artista é o movimento de seus personagens, seus animais, suas árvores, nas posições as mais impensadas, pois sua mão ágil impõe essa idéia.Sanhaços com Jabuticabas, de João Pio de Almeida Prado " Essa obra reflete a voz autêntica desse pintor, capaz, na sua simplicidade, de comover e nos mostrar o mundo com encantamento, de fazer com que, amando-o, apreciemos toda a beleza deste país continental.O Leão, de Edson Teigi " O artista não hesita em recorrer a soluções formais, como a ruptura dos planos e a decomposição rítmica do tema central, o que lembra as antigas estampas japonesas, naturalmente em linhas contemporâneas.O Vôo da Águia, de Tão Duarte " O pintor confere a suas obras intensa síntese luminosa, graças às partituras cromáticas sustentadas por um ritmo preciso na necessidade de descobrir, dentro da realidade, uma duração menos provisória e menos efêmera.Tamanduá, de Alberto Tembo " O chamamento desse jovem artista a um "momento de silêncio" não é tão-somente um convite para não nos distrairmos, mas também para nos concentrarmos sobre uma possível relação com a natureza; para, nela, renovarmos em nós mesmos a consciência da não-violência.Pássaros e Maçãs, de Huang Weng Mei-o " A artista deseja transmitir o que ela mesma vivencia, o que sente de sua feliz interpretação da vida, de maneira clara e direta, através de imagens realistas.Tempo I, de Ricardo Amadeo " O traço que, na sua pureza, forma e dá corpo à composição, animando-a com um cromatismo cuidadosamente empregado, permite obter efeitos sugestivos de agradável visão. Trata-se, sem dúvida, de uma bela fusão entre lirismo e realidade, entre fantasia e gosto pelo detalhe.