A 12ª reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades no processo de venda do controle acionário da Eletropaulo Metropolitana recebeu nesta terça-feira, 18/3, José Guimarães Monforte, ex-presidente da VBC Energia, grupo formado pela Votorantim, Bradespar e Camargo Corrêa e que é um dos principais acionistas da CPFL.Monforte compareceu à CPI por força de aprovação do requerimento apresentado pelo deputado Jonas Donizette (PSB) para falar sobre as suspeitas de que um acordo, envolvendo a VBC, o grupo Enron e a AES, é que teria permitido, em 1998, a venda da Eletropaulo por preço mínimo, contrariando as expectativas do governo e de investidores. As suspeitas foram levantadas em matéria publicada no jornal norte-americano Financial Times, em 2003.Razões financeirasRespondendo aos questionamentos do presidente da CPI, Antonio Mentor (PT), e do deputado João Caramez (PSDB), o ex-presidente da VBC afirmou que a não participação do grupo no leilão da estatal foi motivada exclusivamente por motivos financeiros. Executivo com passagem por instituições como a Corretora Banespa, Citybank e Banco Merrill Lynch, Monforte disse que os pareceres técnicos eram negativos em relação à estatal energética e que o grupo acabara de realizar, em 1997, alto investimento na compra da CPFL. Além disso, segundo ele, o "contexto internacional da época, com as crises da Rússia e da Ásia, recomendavam cautela".Com a aprovação de requerimento de autoria de Antonio Mentor, a CPI deverá ouvir, em reunião próxima, Fernando Perrone, diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à época dos empréstimos que viabilizaram a compra da Eletropaulo.