O esforço de Geanete Reinis está em dar à emoção aquela expressividade que funciona substituindo o afastamento à participação, a inexatidão formal em relação às instituições pictóricas e uma consciência positiva das mínimas e necessárias alterações expressivas. Trata-se de uma pintura que se revela refinada especialmente pelo seu equilibrado cromatismo. É evidente que a artista encontrou instintivamente estas cores e descobriu a força dos vermelhos e dos violetas, a poesia dos laranjas, dos azuis e dos rosas. A artista possui a seu ativo uma intensa e significativa atividade artística. Em primeiro lugar, deve-se sublinhar que seu trabalho se coloca além do profissionalismo operativo e se insere no contexto de uma criatividade que envolve o cotidiano e a natureza. Essa é a razão pela qual pintar, para Geanete Reinis, não significa ocupar o espaço do quadro. Sua convergência espaço-temporal nada mais é do que o estatuto do expressionismo. A redução da temporalidade acentua que o espaço é um componente do próprio tema enfocado. A simplificação dos elementos, em alguns de seus quadros, é de tal ordem que chega a dar à obra um certo sabor abstrato. O certo é que a artista não se limita a reproduzir a natureza na sua verdade, mas procura antes de tudo reinventar objetos e paisagens, usufruindo a lembrança e dando às imagens o traço de uma própria personalidade e dimensão. Em obras como "Banana Brasil" e "Instrumentos do folclore brasileiro", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Geanete Reinis alcança uma composição e um ritmo formal de elevado interesse. O gosto de transferir a atenção em direções diversas e contrastantes não retira dessa pintora uma linha de coerência nos motivos diversos, e as cores são utilizadas com a mesma propriedade e elegância. A artista Geanete Reinis nasceu em São Paulo em 1947. É graduada em filosofia pela Universidade de São Paulo e em artes plásticas na Faculdade Guignard de Belo Horizonte. Frequentou inúmeros ateliês de artistas, nos quais prosseguiu seus estudos. Pesquisadora em artes, interessa-se pela forma, materiais e expressão, preocupando-se em transmitir, através de suas obras, a evolução da responsabilidade da arte no contemporâneo. Ao pesquisar sobre materiais e suportes, voltou-se para a aquarela, colagem, maruflagem, encáustica, desenho a pastel e a carvão. Em seu ateliê, formou um grupo de artistas onde a pesquisa é tida como objetivo principal. Durante mais de 30 anos de vida profissional, dedicou-se ao magistério e a inúmeras formas de expressão artística, entre elas cerâmica, porcelana e "arte acadêmica". Nesse período estudou com vários mestres, aperfeiçoando seu trabalho e sua técnica. Participou de várias exposições coletivas, destacando-se entre elas: pintura em porcelana, UBAP (1995, 1996, 1997 e 1999); óleo sobre tela, Salão da Associação Comercial de Pinheiros (1996, 1997, 1999 e 2000); III Salão da Marina e Salão da Aquarela; 58º Salão Livre; Salão da Primavera; Salão de Arte Sacra; Salão do Folclore Brasileiro, todos da Associação Paulista de Belas Artes; e Salão de Artes Plásticas de São Carlos; Salão Ecológico, ACM; XXIV Salão de Artes Plásticas Santos Dumont. Como artista convidada, participou de mostras no salão dos premiados da APBA; Casa do Intercâmbio Cultural de São Paulo; Salão Internacional "Petit Format"; Salão Internacional, "Casa da Cultura"; Art Factory; Espaço Cultural Rede A de Jornais; Centro Cultural de Caraguatatuba; Espaços Culturais do Shopping Frei Caneca; Shopping Center de Bauru; City Bank; Tribunal Regional Federal, SP, e Hotel Intercontinental; Sociarte; Salão de Artes Plásticas de Franca; Salão de Artes Plásticas de Acerburgo, MG, e Salão de Artes Plásticas de Limeira, SP. Conquistou inúmeros prêmios, grande medalha, medalhas de ouro, prata e bronze da Associação Paulista de Belas Artes e possui obras em inúmeras coleções particulares, oficiais e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.