As gerações que trouxeram à ribalta mundial e de maneira clamorosa o "realismo fácil da arte fotográfica" não contagiaram Armando Perez. E isso não por presunçosa renúncia do artista às pressões do modismo, que conseguem ser muitas vezes explicáveis e convincentes, mas por uma escolha que operou "de forma antiga" como conseqüência natural da própria estrutura psíquica e moral. Imbuídas de sentimentos genuínos, as expressões de suas figuras são autênticas e constituem uma componente fundamental de sua linguagem. Exercitada sobre o plano estético, uma empenhada presença humana equilibra-se entre fatores técnicos e pictóricos. A pintura deste artista evoluiu através de desenvolvimentos formais sugeridos pelo tempo e pela experiência, mas ele não mudou seu estilo, cuja integridade assume a força e a sustentação dos recessos da alma para nós inexploráveis. A originalidade de suas composições encontra-se na capacidade típica do material que o artista, aplicando as fortes cores de sua rica palheta, utiliza para se expressar: a tela tradicional ou placas de madeira antiga ou rústica. Quando enfrenta temas indígenas ou figuras de bandeirantes, as obras de Armando Perez lembram, em certos aspectos, a tradição do expressionismo medieval. Nas obras O Bandeirante, Curumim e O Pajé, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, está presente o sentido arquitetônico da composição, onde cada elemento contribui para o equilíbrio estético do conjunto. O artista Armando Perez nasceu em Madri, em 1931. Arquiteto, durante 43 anos presidiu a Construarte. A partir de 1995, resolveu aposentar os esquadros e cálculos para fazer da arte " até então, seu hobby preferido " sua nova profissão. Instalou seu ateliê em Alphaville, onde também reside. Entre as diversas exposições, individuais e coletivas de que participou devem-se destacar: "Mulher", Espaço de Paisagismo Arte Natural, Alphaville, SP (1999); "Vero2000", Espaço Cultural Mercedez-Benz, Alphaville, SP (2000); "A Serra Desce a Vila", Espaço Cultural Marcello"s, São Paulo (2001); "Uma Vila, um Pátio, o Equilíbrio", obra de construção do Edifício Stadium, Alphaville, SP (2002); "Segunda Edição", Espaço Cultural Peugeot Victoire, São Paulo; "Intervenção", com curadoria de Carlos Ziebel, São Paulo (2003); "Santana de Parnaíba, O Nosso Patrimônio", Espaço Cultural Bendita Hora, Santana de Parnaíba, SP (2005); e Espaço Cultural Portinari, Assembléia Legislativa, São Paulo (2006). Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e na Espanha e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.