DA REDAÇÃO A Comissão de Economia e Planejamento, presidida pelo deputado Waldir Agnello (PTB), aprovou na tarde desta quarta-feira, 3/12, o parecer do relator Mário Reali (PT) ao Plano Plurianual referente ao período 2004/2007. O projeto que trata do PPA chegou à Assembléia em 1.º de setembro e recebeu 1.342 emendas dos parlamentares. De acordo com o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Andrea Calabi, que trouxe o projeto à Assembléia, o PPA estima recursos para o crescimento econômico. "O total de recursos orçamentários é de 307 bilhões de reais no período, sendo que 37 bilhões provêm de fontes não-orçamentárias (PPP - Parceria Público Privado, repasses da União e outras transferências)." O plano contém programas com cerca de 1.500 ações e é apresentado em cinco capítulos: o primeiro trata da apresentação e das projeções de crescimento econômico sobre as quais se apoiam o projeto do orçamento; o segundo enfatiza a questão regional, apontando a territorialidade como base de planejamento, bem como o potencial de cada região administrativa; o terceiro enfoca a ação social (educação, segurança, entre outros); o quarto aborda a infra-estrutura (energia, saneamento e transportes); e o quinto destaca o desenvolvimento econômico (agricultura, ciência, tecnologia, meio ambiente e indústria). O parecer de Mário Reali concluiu que o papel das ações do Estado evoluiu, embora tenha faltado um planejamento estratégico. "Nesse sentido, poderia dizer que houve falta de um maior entrosamento entre governo e população". Reali justificou a não inclusão de todas as demandas advindas das reuniões do Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado em seu relatório com o prazo exigido para a apresentação do parecer pela comissão.Das 1.342 emendas apresentadas por 59 deputados, o relatório priorizou três de cada um dos proponentes, acatou 430 e rejeitou 406; 298 emendas foram prejudicadas, em decorrência das 201 emendas acatadas na forma de subemendas. Reali esclareceu que o critério para a escolha das emendas foi exclusivamente quanto ao mérito das propostas. "Não houve qualquer interferência política na análise", garantiu.O relator considerou "um risco" vincular os recursos de manutenção do Estado no montante que provém dos recursos não-orçamentários - cerca de R$38 milhões, uma vez que a sua obtenção depende de resultados de parcerias, de concessão de empréstimos, etc.O deputado Romeu Tuma (PPS), que designou Mário Reali para a relatoria do PPA, disse que sua escolha baseou-se nos conhecimentos que o deputado detém sobre o assunto. Ary Fossen (PSDB), Jonas Donizette (PSB) e Marcelo Cândido (PT) elogiaram o relatório apresentado por Reali e destacaram tratar-se "de um parecer histórico". Fossen lembrou "a oportunidade, de que um partido de oposição dê parecer a um dos projetos mais importantes do governo do Estado. "O parecer de Mário Reali recebeu seis votos favoráveis, sendo três com restrições (do presidente Waldir Agnello, de Jonas Donizette e de Ary Fossen).Junto com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pela Assembléia em 1.º de julho, o PPA serve de base para o Orçamento estadual. O Regimento Interno não fixa prazo para a votação do PPA pelo plenário, mas o Orçamento para 2004 deverá ser votado ainda em dezembro. As emendasDas 1.342 emendas, sete foram retiradas antes de poderem ser analisadas. Da 1.335 restantes, o relatório de Reali apresentou parecer favorável a 430, rejeitou 406 e outras 298 foram consideradas prejudicadas. 201 foram acatadas na forma de subemendas. Reali destaca que os recursos previstos no PPA para o exercício 2004 são cerca de R$ 1,5 bilhão abaixo do que o Orçamento 2004 enviado à Assembléia prevê. Dessa forma, o relatório do deputado acrescentou esse valor a cada exercício entre 2004 a 2007. "Os mais de R$ 6 bilhões decorrentes dessa alteração são destinados às emendas e subemendas apresentadas ao PPA e que receberam parecer favorável no relatório, assim como a alguns programas previstos no plano". O deputado explica que aproximadamente R$ 1,6 bilhão foram destinados às emendas e subemendas, e outros R$ 4,4 bilhões foram alocados a programas em diversas áreas, como segurança, defensoria pública, Fazenda, ampliação e modernização da máquina estatal, infra-estrutura (Governo Eletrônico), comunicação social, etc. Apesar da comemoração pela aprovação do resultado, Reali aponta em seu relatório para uma pequena articulação entre secretarias e áreas de governo na execução dos programas, assim como falta de transparência sobre a origem dos recursos. Além disso, afirma que os dados e informações regionalizados no texto de diagnóstico do PPA não se refletem nos programas, ações e metas, que não vêm apresentados de forma regionalizada. Para Reali, "da forma como o PPA foi estruturado, sem visão de longo prazo, ele se aproxima mais a um orçamento ampliado para quatro anos que a um verdadeiro plano plurianual."A importância do PPAO Plano Plurianual 2004/2007 representa um instrumento fundamental na gestão do Estado, além de permitir um entendimento bastante claro do horizonte vislumbrado para São Paulo pelo governo Geraldo Alckmin. O PPA prevê R$ 307,7 bilhões em recursos para investimentos e custeio no Estado para os próximos quatro anos e indica quais são as prioridades nesse sentido, tanto em termos das regiões quanto dos setores econômicos. A cifra, impressionante sob qualquer perspectiva, precisa ser melhor entendida, porém. Destes R$ 307 bilhões, R$ 270 bilhões são recursos próprios do Estado, e aproximadamente R$ 38 bilhões são provenientes de outras fontes. Os R$ 307,7 bilhões são distribuídos da seguinte forma: R$ 174,7 bilhões (57%) são destinados à Gestão Pública (onde se incluem as despesas com folha de pagamento, dívidas, previdência e outros encargos). Ao Desenvolvimento Social, que inclui áreas como Educação, Saúde, Habitação, Segurança etc. são destinados outros R$ 83,9 bilhões (27%), inclusive custeio. As áreas de Desenvolvimento da Infra-Estrtutura (R$ 38,1 bilhões, ou 12%), Desenvolvimento Econômico Sustentável (R$ 9,9 bilhões, ou 3%) e Desenvolvimento Regional e Metropolitano (R$ 906 milhões ou 0,3%) completam a distribuição dos recursos. Resumo do RelatórioPrincipais críticas - Falta de planejamento estratégico, papel estratégico do Estado, macrodesafios a serem enfrentados - Pouca articulação entre secretarias e áreas de governo, sugerindo que cada órgão apenas indicou o que queria, sem articulação com as demais e sem elencar prioridades - Falta de transparência sobre a origem dos recursos - Pouca participação da sociedade civil na elaboração do PPA, pouco diálogo com o Legislativo - Texto principal não se amarra com o restante, não se reflete nos programas, ações e metas - Dados e informações regionalizados no texto de abertura do plano. Programas, ações e metas não apresentados de forma regionalizada - Não indica de que forma as metas serão atingidas: em que ano, se gradual ou diretamente etc. - Da forma como foi estruturado, sem visão de longo prazo, o PPA do Executivo se aproxima mais a um orçamento ampliado para quatro anos que a um verdadeiro plano plurianual Emendas ao corpo da Lei Inclusão e exclusão de programas, processo de reavaliação e correção Forma de avaliação com participação da sociedade civil, Executivo e Legislativo Relação do PPA com LDO e LOA, no que diz respeito aos programas, metas, recursos etc. Emendas rejeitadas ·Inconstitucionais (problemáticas em relação à Constituição Federal e/ou Estadual): a) Não trataram do remanejamento dos recursos (só ampliando os gastos)b) Não respeitaram a vedação às transferências de diversos recursos Que se inserem em outras emendas mais precisas e mais amplas Emendas aprovadas (com parecer favorável) · O próprio PPA · Emendas oportunas e convenientes ao Plano, com precisão formal e correção no que diz respeito à estrutura e previsão de recursos · As emendas ao corpo da Lei · Subemendas que corrigem algumas problemáticas e que foram priorizadas pelos deputados e deputadas · Em boa parte dos casos, as emendas e subemendas com parecer favorável atendem a programas, ações e metas nas áreas de saúde, segurança pública, transportes (Rodoanel e Ferroanel, estradas, Metrô, Pitu), algo relacionado à Febem, educação e agronegócios Recursos · Os recursos previstos no PPA para o exercício 2004 são cerca de R$ 1,5 bilhão abaixo do que o LOA 2004 prevê. Dessa forma, o relatório acrescentou esse valor a cada exercício de 2004 a 2007 ·Os mais de R$ 6 bilhões decorrentes dessa alteração são destinados às emendas e subemendas apresentadas ao PPA e que receberam parecer favorável no relatório - aproximadamente R$ 1,6 bilhão destinados a esse fim -, assim como a programas em diversas áreas, como segurança, defensoria pública, Fazenda, ampliação e modernização da máquina estatal, infra-estrutura (Governo Eletrônico), comunicação social, etc. totalizando outros R$ 4,4 bilhões de recursos para os programas.