A dupla personalidade petista
A política pressupõe a existência de valores universais, de princípios nos quais a ação deve estar lastreada. É evidente que há visões que podem mudar, evoluir, aperfeiçoar-se ao longo do tempo na medida em que a experiência e o conhecimento se acumulam. Mas há também uma dimensão perene que não pode estar sujeita a valores que mudam conforme o vento sopra, caso dos princípios da ética na política.
Não existe ética relativa, ou ela é absoluta ou simplesmente não é. Ou se assume responsabilidade pelas suas ações, ou não há como falar de responsabilidade. Ou se age em função de determinados princípios ou não se tem princípio algum. Assim há somente uma forma de fazer política: prometendo apenas o que se pode cumprir, fazendo aquilo que se prometeu e assumindo a responsabilidade pelo que foi feito, o resto é apenas demagogia barata, não política.
Tenho orgulho de pertencer ao PSDB, um partido que faz da coerência um de seus valores essenciais. Um partido que vota e age não pelas conveniências políticas, mas de acordo com o que acredita ser melhor para o país.
Estar no poder nem sempre é fácil, exige que se lide com problemas concretos que exigem soluções reais " muito diferente das soluções imaginárias que se dá aos problemas durante os discursos de campanha. O PT sofre hoje com uma crise de identidade entre o partido que tudo prometeu na eleição de 2002 e o grupo que pouco fez durante estes anos no governo federal.
Frente a este dilema poderia ter duas atitudes. Uma é fazer a autocrítica reconhecendo que alimentou nos palanques durante vinte anos um programa irreal, que estava redondamente enganado quando disse que a solução dos problemas era mera questão de vontade do presidente. A outra, infelizmente é a que transparece no mais recente conflito entre o PT e o governo, é fingir que não está no poder e continuar agindo como se fosse oposição.
O discurso petista está sofrendo de dupla personalidade, mas é uma esquizofrenia muito conveniente porque tenta ao mesmo tempo usufruir dos benefícios de estar no poder " os cargos, as contribuições compulsórias dos militantes em cargos de confiança, a utilização política das verbas e até pelos poucos acertos do governo federal" mas sem assumir nenhuma responsabilidade pelos muitos equívocos cometidos. Oposição a si mesmo, o PT revela o quanto a visão demagógica está profundamente arraigada na concepção petista.
O desrespeito do PT à Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo na cidade de São Paulo, é apenas uma das faces de uma aversão do PT a qualquer tipo de responsabilidade. É esta aversão que faz com que o partido tenha duas faces conforme a conveniência. Prometeu-se tal coisa, basta negar a promessa " como foi feito com os 10 milhões de empregos que lula disse que ia gerar; não se conseguiu resolver um problema cuja solução dizia-se que era fácil, basta atribuir a culpa a algum conspiração oculta; tem de ser proposta uma reforma institucional contra a qual o partido passou 20 anos lutando contra, basta fingir que não disse nada e expulsar os parlamentares de melhor memória.
Incorrigível e irresponsável, o PT já percebeu pelo resultado das eleições municipais que a estratégia de tentar iludir a opinião pública através dos marqueteiros não é suficiente. Assim volta à velha estratégia do discurso de oposição a tudo, que prescinde de qualquer responsabilidade com a realidade, voltando a dizer que tudo é fácil e simples. Será a campanha das duas caras.
*Pedro Tobias (PSDB) é deputado estadual e membro das Comissões de Saúde e Educação da Assembléia Legislativa de São Paulo.
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