Pedro Pinkalsky transforma e enobrece sua "recuperation art" em surrealismo

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
20/06/2006 15:32

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O cavaleiro do Apocalipse<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Pedro pink obra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Pedro Pinkalsky<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/pedro pinkalsky.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Pedro Pinkalsky, nos apresenta a quintessência de sua arte, fruto de uma paciente recuperação de objetos os mais diversos, sejam eles de nossa tecnologia industrial ou de nossas pedras graníticas.

Com uma rara imaginação criadora, o escultor e pintor, forte de seu heteróclito tesouro, se dedica a um meticuloso trabalho de assemblage que constrói ao sabor de sua fantasia e de seus sonhos. Eis que o milagre se produz dos vestígios de um mundo em degeneração, de relíquias de uma sociedade que a febre de consumo rende cega e ingrata: o artista refunde um universo seguindo suas normas e sua ética.

Cada obra de Pedro Pinkalsky forma um todo, uma entidade microcósmica que encarna a matéria, poderosamente evocada pelo material selecionado, o espírito que emana da construção e o olhar prescrutante do artista.

Arte conceitual? Certamente, pois é visível a mensagem. Mas a estética surrealista permanece também evidente transformando o conjunto em harmonioso e de uma beleza evocadora. Entretanto não permanecemos nessa atitude contemplativa. A admiração estimula uma vontade de penetrar o mistério da gênese de uma obra que consegue criar uma sorte de envolvimento.

O artista demonstra um certo culto pelas reminiscências de uma nostalgia da infância e de um paraíso perdido que deseja recriar na irracionalidade e na poesia. Por outro lado, é curioso observar uma sorte de casamento entre a tecnologia, de inclinações frias e a natureza pela qual Pedro Pinkalsky permanece fascinado.

Nessa aliança "matéria-natureza", existe ainda uma terceira dimensão: a da cultura. Com efeito, a encontrarmos no profundo humanismo desse artista que, não somente consegue uma perfeita integração da entidade objeto e a substância vital, mas lhe insufla ainda toda a sua bagagem de conhecimentos intelectuais e existenciais.

A escultura "O Cavaleiro do Apocalipse", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, é testemunho dessa criatividade que transforma e enobrece a "recuperation art" em surrealismo fascinante.

O Artista

Pedro Pinkalsky, nasceu em São Paulo em 1942. Formou-se em arquitetura pela Universidade Mackenzie, em 1969. Entrou em contato com a arte nas aulas de modelagem e desenho artístico freqüentando ainda a Biblioteca da FAU. Participou das aulas de plástica e modelagem dadas pelo escultor Lazio Zinner.

Por mais de 15 anos, trabalhou somente com pedra-sabão, criando esculturas abstratas onde a forma harmoniosa era o principal objetivo. Com o passar do tempo, começou a acrescentar materiais como ferro, madeira, plástico, sucatas e diversos elementos que encontra na natureza.

Morando em uma casa-ateliê, divide o espaço com sua esposa, a artista Ivone Couto, e os filhos, também iniciantes em arte. Sua casa é ao mesmo tempo museu, ateliê, escola e galeria.

Em suas aulas, além de conhecimentos técnicos, o escultor procura preservar e desenvolver a individualidade do aluno, para que ele encontre seu caminho, sua expressão.

Participou de inúmeras exposições coletivas tanto no Brasil como no exterior e, entre as mostras individuais, destacam-se: Fundação de Arte de Ouro Preto e Galeria do ICBEU (1975); Museu de Arte de São Paulo e Faculdade de Arquitetura de Minas Gerais (1976); Galeria Paulo Prado (1977, 1982, 1986 e 2000); Galeria Acaiaca (1977); Galeria Projecta (1982); Galeria Paulo Figueiredo (1986); Galeria Hebraica (1993); Memorial da América Latina (1994), "Pedras e Flores", Centro Cultural Britânico de São Paulo (2000); Espaço Prodam, Parque Ibirapuera (2001).

É detentor de inúmeros prêmios em prestigiados salões e museus brasileiros, notadamente na Bienal de São Paulo. Suas obras encontram-se em coleções oficiais e privadas, destacando-se o Museu de Arte de São Paulo, o Museu de Arte Moderna, em São Paulo, o Museu da Pampulha, em Belo Horizonte, e a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Desde 1976, exerce intensas atividades didáticas tanto em seu ateliê como em faculdades e museus de São Paulo.

Possui obras em inúmeras coleções particulares e em acervos oficiais, como no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp