O ato solene desta terça-feira, 18/5, de iniciativa do deputado Fernando Capez (PSDB), abordou um crime que vem crescendo ano a ano e que é mais lucrativo que o tráfico de drogas: o tráfico de pessoas, que, segundo o professor Damásio de Jesus, um dos palestrantes da noite, movimentou em 2009 a cifra de R$ 31 bilhões. O especialista em direito penal classificou o crime como de fácil execução e de baixo investimento, porque "o autor seduz a vítima, geralmente mulher, com uma passagem internacional e um passaporte e, uma vez no país estrangeiro, ele toma o passaporte da vítima e a entrega a um bordel", denunciou o professor. Na abertura da solenidade foi apresentado o vídeo "Eldorado", obra que mescla dramatização e documentário sobre as pessoas que são levadas para outros países para serem exploradas em diferentes modalidades, seja no trabalho escravo, seja na exploração sexual e, até, como fornecedores de órgãos. Anália Ribeiro, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, comemorou a produção do vídeo que conta cinco histórias ligadas ao tráfico de seres humanos no Estado de São Paulo e serve como alerta para as políticas preventivas. Vários especialistas ocuparam a tribuna para falar das mudanças do Código Penal e de como os tribunais têm encarado esse crime. Ao mesmo tempo em que se comemora que não houve nenhuma denúncia de pessoas sendo traficadas para fora do Brasil, estima-se que haja um número de 25 mil pessoas trabalhando dentro de nossas fronteiras em condições análogas ao trabalho escravo. Participaram da mesa, além do deputado Capez, presidente do ato solene, o secretário da Justiça e Defesa da Cidadania do Estado, Ricardo Dias Leme, e o desembargador Willian Roberto de Campos. Durante o evento o Núcleo de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas distribuiu um folheto com as seguintes recomendações: 1) Suspeite de propostas de emprego generosas e sem referências; 2) Não entregue seus documentos de identificação ou passaporte a ninguém; 3) Ao viajar, mantenha sempre contatos com seus familiares, consulados e embaixadas Qualquer suspeita, denuncie! Contato: Plantão (11) 7818-9418 " www.justica.sp.gov.br Disque denúncia: 181