Tato DiLascio : a sensação de vertigem e a impenetrabilidade do vazio interior

Emanuel von Lauenstein Massarani
26/06/2003 15:08

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¨Blue¨<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/blue270603.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tato DiLascio<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/tatodeitado27junho03.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> ¨Red¨<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/pink270603.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A musicalidade das formas e da cor nas obras de Tato DiLascio é aberta e distendida, mas no profundo dos seus núcleos cromáticos muitas vezes é possível encontrar uma nota de melancolia, quase um motivo intimista, bem diferente a quem observa sua obra.

Possivelmente não é difícil dar uma explicação a essa sensação, pois suas obras documentam o seu percurso solitário, uma extraordinária faculdade de percorrer módulos expressivos - que, no futuro, informarão, na sucessão dos tempos, o gosto de uma época - e de dar à matéria pictórica um caracter especulador, isto é, solidamente autobiográfico à aparente pobreza temática, entretando proveniente de um instintivo sentimento poético.

Tato DiLascio cobre a tela com espessas cores acrílicas, geralmente tom sobre tom. Depois acentua as bordas do quadro com pinceladas mais acentuadas. O quadro é quase vazio no seu centro e repleto no perímetro. O espectador prova uma positiva sensação de vertigem ao ler antes as variações periféricas e afrontar posteriormente o impenetrável vazio interior.

De sua parte, o artista ancorou num abstracionismo lírico sintético e intensamente expressivo e prossegue atualmente a um sentimento pânico e alucinante trazidos em campos de cor que exaltam a pureza dos valores pictóricos. ¨Red¨ e ¨Blue¨, duas obras doadas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, refletem o ponto e o contraponto pictórico desse jovem artista que muito promete.

O Artista

Tato DiLascio, nome artístico de Marcio Di Lascio, nasceu em São Paulo, em 1983. É estudante de desenho industrial na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Iniciou sua produção artística paralelamente aos seus estudos de ensino médio, orientado por Ana Michaelis e, posteriormente, por Gica Noronha e Isa Seppi.

Após a exposição de pequena parte de seu acervo em um site utilizado para a divulgação de obras de arte, foi convidado pelo escritor infanto- juvenil José Arrabal para participar de um projeto ilustrativo às avessas: um livro escrito a partir de vinte pinturas, feito especialmente para o tema proposto: Criança-Infância. A partir desse estudo, o jovem artista passou a interessar-se, como o autor, com o bem-estar de crianças carentes.

Após iniciar um trabalho de pesquisa e dedicação às artes plásticas, sentiu a necessidade de promover encontros com artistas que admira e exercitar aprendizagens artísticas não convencionais, que só podem ser vivenciadas por pessoas que se dedicam à arte.

alesp