Parlamentar quer CPI para investigar crise na educação paulista


23/03/2007 16:32

Compartilhar:


O deputado Roberto Felício (PT) está coletando assinaturas para protocolar requerimento de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as causas do baixo desempenho da educação paulista nas avaliações nacionais. Em seu primeiro pronunciamento nesta nova legislatura, ele criticou duramente o desempenho das escolas estaduais no exame do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), atribuindo o mau resultado ao que chamou de "fracasso do projeto educacional" implementado pelos últimos governos de São Paulo.

O parlamentar destacou as críticas feitas pelo ex-ministro da Educação Paulo Renato, que exerceu o cargo durante o governo FHC, ao seu próprio partido (PSDB) e a troca de acusações entre os ex-secretários da Educação Rose Neubauer, do governo Mário Covas, e Gabriel Chalita, responsável pela pasta no governo Geraldo Alckmin, sobre a suposta descontinuidade de programas e medidas que garantiriam o sucesso da progressão continuada.

Na opinião de Felício " um dos deputados que mais alertaram para os riscos de fracasso na educação pública paulista ", os governos do PSDB poderiam ter evitado a decadência do ensino público se tivessem humildade para ouvir as propostas da oposição. "Quando falávamos dos riscos que se corria com a implementação da progressão continuada, nos moldes em que ela foi imposta, sem ouvir a comunidade escolar, éramos criticados pela bancada governista e pelo próprio governo, que nos chamavam de critiqueiros petistas", desabafou.

"Eles (governo e bancada de apoio ao governador) diziam que nós, do PT, apostávamos no fracasso para poder fazer críticas. Porém, a autocrítica dos tucanos, admitindo que erraram mesmo, prova que não estávamos errados", observou.

O deputado também falou sobre a intenção do governador José Serra (PSDB) de conceder aumentos salariais ao funcionalismo por "merecimento". Ele alertou para os risco que o governo corre de confundir política salarial com plano de cargos e carreira. Felício novamente saiu em defesa dos servidores públicos, dizendo que, se essa proposta persistir, estará ao lado do movimento sindical para impedir sua implementação. "Os servidores merecem ser tratados com justiça, e devem sim ser reconhecidos por seus méritos. O que não pode acontecer são os apadrinhamentos e os favorecimentos que essa medida pode possibilitar", finalizou.

rfelicio@al.sp.gov.br

alesp