Uma janela aberta sobre a natureza: as composições florais de Josifa Aharony

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
08/02/2007 14:39

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Josifa Aharony <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Josifa Aharony-.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Vaso de flores<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Josifa Aharony-obra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pintura de Josifa Aharony é de contemplação da natureza, de uma natureza benévola, colorida e inevitavelmente próxima de um certo impressionismo tardio. Paisagens, naturezas-mortas e flores são os temas que caracterizam as seqüências dessa pintora sincera e conscienciosa.

São temas sobre os quais ela trabalha com o intento preciso de homenagear a natureza que nos cerca e, contemporaneamente, com o íntimo e insuperável desejo de fazer reviver, de quadro em quadro, os frêmitos ou os sussurros que animam e sustentam cada menor fragmento do chamado "mundo visível".

A artista nos demonstra estar sempre à disposição da imprevisível vitalidade daquele mundo: fixa-o, toca-o e o retrata com a delicadeza e a habilidade de quem soube e continua a olhar, sem nenhuma prevenção, a grande tradição da pintura dos macchiaioli italianos.

A natureza de Josifa Aharony é caracterizada seja por uma escrupulosa sinceridade, seja pelo panteístico sentimento que a cor consegue exprimir no desenho que a absorve e a engloba dentro de si, para transmitir emoções e sensações tão universais.

Pesquisadora incansável de novos valores plásticos, que ela alcança através da sobreposição constante das cores, seu cromatismo é vivo, elástico e rápido. Em tal contexto compreende-se que a escolha da artista não abandone nenhuma tonalidade, mas assuma todas, aproximando-as eficazmente para suscitar um emotivo significado.

Tudo é emoção em suas telas: a cor que vai de um tom a outro até as mais sutis veladuras; o traço que, rápido e decisivo, constrói a composição floral, mesmo voando aqui e acolá numa livre progressão da pincelada e da espátula; e o alternar das superfícies mais claras e das pontuações mais escuras que dão vida a uma evocação de profundidade.

Suas composições, como Vaso de Flores, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, constituem uma janela aberta sobre a natureza, dentro de uma atmosfera altamente poética.

A artista

Josifa Aharony nasceu na Romênia, em 1942, e faleceu em São Paulo, em 2005. Após a Segunda Guerra Mundial transferiu-se com a família para Israel e, na década de 1960, veio para o Brasil, onde instalou residência e ateliê. Formou-se em educação no Instituto Givat Hashiosha, em Israel; em artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo; e em psicanálise, com pós-graduação na Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo.

Durante muitos anos exerceu o magistério paralelamente às atividades artísticas. Foi professora e coordenadora no Colégio Ch. N. Bialik, São Paulo (1961-1965); Colégio I. L. Peretz, São Paulo (1979-1984-1990); e Colégio Renascença, São Paulo (1991). Foi diretora da Escola Israelense Gilboa, São Paulo (1992). Ministrou cursos de pintura, desenho e escultura no seu ateliê Oficina Aberta, São Paulo; na Salomon Shechter School, Westchester, Nova York (1994-1998); e em diversas escolas e galerias de arte.

Estudou cerâmica com o professor Armando de Moral Sedin (1960-1966), pesquisou expressões artísticas em Dusseldorf, Alemanha (1967-1974-1975), ganhou uma bolsa de estudos do artista José Moraes em seu ateliê de serigrafia (1978-1982) e participou do ateliê de Francisco Silva e Francisco Gallotti (1982-1984).

Entre suas exposições individuais, destacam-se: Espaço Cultural Sambra, São Paulo (1987); Espaço Cultural do Hospital Santa Catarina, São Paulo (1988); Espaço Cultural Alamir, Nova York, EUA (1990); Centro La Provence, São Paulo (1991); The YN-YWHA of Mid-Westchester, Nova York, EUA (1997).

Participou ainda das seguintes mostras coletivas: Galeria Grossman, São Paulo;

Galeria Traço, São Paulo; Galeria Capela, São Paulo (1983); Galeria Capela, Ribeirão Preto, e Clube Literário de Bragança Paulista, São Paulo (1984); Galeria Itaú, São Carlos, e "Geração 80", Espaço Cultural Chap-Chap, São Paulo (1986); "Atelier 393", Espaço Cultural Chap-Chap, São Paulo (1987); "Sete Artistas, Sete Expressões", Franca, e Clube A Hebraica, Caracas, Venezuela (1988); Galeria Municipal de Jaú e Galeria Embu, São Paulo (1989); Galeria Rubayat, São Paulo, e diversas galerias de Nova York (1991); 5° Salão de Arquitetura e Decoração, "Arte em Papel" e "Cinco Artistas, Cinco Expressões", Centro de Convenções Rebouças, São Paulo; Galeria Art Shop Finarte e 1ª Exposição Arte em Seda (1982); Espaço Cultural da Igreja Messiânica, São Paulo (1995); e Clube Sírio-Libanês, São Paulo (1996).

Possui obras em coleções particulares e oficiais no Brasil e no exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp