Em reunião realizada na Câmara Municipal de Araraquara, a Comissão de Finanças e Orçamento (CFO) da Assembléia ouviu nesta sexta-feira, 19/5, as propostas à Lei de Diretrizes Orçamentárias e ao Orçamento de 2007 das regiões de governo de Araraquara e São Carlos. Esta é a oitava audiência e foi conduzida pelo vice-presidente da CFO, deputado Renato Simões (PT).Após a exibição de um vídeo institucional, os deputados Simões, Enio Tatto, Mário Reali e Sebastião Arcanjo, todos do PT, compuseram a mesa. O deputado Edmir Chedid (PFL) passou a integrá-la posteriormente.Simões afirmou que a credibilidade das audiências programadas para este ano se deve ao trabalho realizado no ano passado. Para o deputado, as reuniões deste ano têm dois objetivos: prestar contas do que foi feito a partir das audiências do ano passado, relatado em livro distribuído no evento, e promover o debate sobre as peças orçamentárias do exercício de 2007, com a oitiva de sugestões dos cidadãos participantes.O presidente da Câmara de Araraquara, Ronaldo Napeloso, iniciou a série de pronunciamentos solicitando o aumento do efetivo policial, a aquisição de mais viaturas para o Corpo de Bombeiros, a instalação de unidade da Fatec, a melhoria das condições estruturais dos prédios escolares, verbas para a Santa Casa, pavimentação de vias na periferia, a duplicação de trecho da rodovia Araraquara"Ribeirão Preto e a construção de casas populares, entre outras reivindicações. Napeloso falou em nome dos demais membros da Câmara de Araraquara.Donisete Rorato, vereador de Américo Brasiliense, priorizou a construção de uma creche pública em seu município. Rorato falou também sobre o bloqueio dos recursos orçamentários por parte do governo.Carlos Alberto Nascimento, vereador de Araraquara, indicou a recuperação das bacias dos rios Mogi e Jacaré, a ampliação da dotação para o ensino técnico e a construção de um centro cultural de tradições para o povo migrante.Márcia Lia, secretária de Governo da Prefeitura de Araraquara, destacou que o município assume muitas despesas que são de competência do Estado, como aluguel de prédios públicos e manutenção de equipamentos. Ela apontou a necessidade de pavimentação de ruas da cidade e de reforma do Hospital Nestor Goulart Reis.A circense Joelma Costa preside a Associação de Famílias Circenses em Araraquara e sugeriu a criação de um programa de microcrédito para atividades circenses.A vereadora Edna Martins afirmou que a educação e a saúde precisam ser priorizadas, com a implantação de planos de carreira para professores. Ela pediu verbas para o Hospital Nestor Reis e a reforma de prédios escolares.Aparecido do Carmo de Souza, presidente da Câmara Municipal de Matão, apontou como prioridade o combate às enchentes, a instalação de escola conveniada ao Senai e a construção de moradias populares.Carlos Roberto de Souza, do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteeps), reforçou a importância da aplicação de 2,1% da arrecadação do ICMS no ensino técnico e tecnológico.O estudante de Ciências Sociais da Unesp, Luis Michel Françoso, solicitou moradias universitárias, providências com relação à restrição ao uso de transporte com desconto e a criação de um fundo orçamentário específico para benefícios a universitários.A situação precária da Santa Casa de Araraquara foi tratada pelo engenheiro Roberto Massafer. Ele afirmou que o hospital precisa de reforma geral e de equipamentos.O vereador Carlos Pinheiro, de Araraquara, solicitou convênio entre o hospital da cidade e o Iamspe, a construção de uma estação de tratamento de esgoto e verbas para a Santa Casa.Verbas para o Hospital de Taquaritinga, bem como para as santas casas da região, e recursos para pagamentos de precatórios foram pedidos pelo prefeito de Dobrada, Carlos Augusto Belintani.São CarlosA cidade de São Carlos foi representada na audiência pelo secretariado municipal. Leandro Severo, secretário de Governo, tratou da questão da segurança. Ele solicitou aumento do efetivo policial militar e civil e lembrou que a cadeia da cidade tem sérios problemas com a superlotação de presos.O secretário da Fazenda do município, Gilberto Perre, falou sobre o transporte escolar e pediu que o governo cumpra o que determina a Lei de Diretrizes Básicas da Educação e arque com o custeio desse transporte. "Nosso município gasta R$ 2 milhões para manter essa despesa."Dirceu Barbano é secretário da Saúde de São Carlos e apontou a importância da assinatura do pacto federativo da saúde. "Sem contar que falta política de valorização do servidor público", acrescentou Barbano. Ele reivindicou a instalação em sua cidade de um centro de desenvolvimento e pesquisa para que possam ser implementados projetos de equipamentos avançados para diagnósticos de saúde.O vice-prefeito e secretário de Ciência e Tecnologia de São Carlos, Emerson Leal, defendeu a causa ambiental e solicitou a construção de aterro sanitário e de três ecopontos para a coleta de resíduos de construção civil.O secretário da Agricultura, Sergio Dutra, reivindicou a pavimentação de estradas rurais, a construção de pontes sobre o rio Quilombo e o repasse dos recursos destinados aos consórcios municipais.Participação parlamentarO deputado Sebastião Arcanjo, integrante da Comissão de Serviços e Obras Públicas da Assembléia, afirmou que as audiências são a perspectiva de romper com a forma tradicional com que o Orçamento vinha sendo produzido, sem emendas pontuais. "Distribuir os R$ 80 bilhões do Orçamento paulista de maneira mais justa é, como afirmou o governador Lembo, abrir a bolsa das elites."Enio Tatto reforçou que precisa haver a quebra do bloqueio de recursos já aprovados pela Assembléia. O deputado comentou o trabalho feito pela comissão no ano passado.O relator das peças orçamentárias, Edmir Chedid (PFL), destacou que a Assembléia aprovou no último Orçamento mais de 2 mil emendas, iniciativa inédita no Legislativo. "Conseguimos aumentar os recursos para a saúde em R$ 100 milhões", disse Chedid, afirmando que o Parlamento quer aprovar peças orçamentárias que passem na íntegra pelo consentimento popular. "Que sejam feitos investimentos onde eles são necessários."Sobre a segurança, Chedid informou que não se pode aceitar que secretários estaduais tenham feito acordo com o crime organizado. "Se isso aconteceu de fato, vou sugerir a saída de ambos. O primeiro é Nagashi Furukawa, que permitiu o indulto a 12 mil presos, apesar de ter o conhecimento de que ações criminosas estavam sendo tramadas."