Mapa da exclusão educacional é debatido na Assembléia


09/12/2003 20:33

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Carlos Henrique Araújo, do Inep, explica à Comissão de Educação o mapa da exclusão educacional <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Comeduca9dezA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Discussão do mapa da exclusão educacional em São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Comeduca9dezB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

O secretário de Inclusão Educacional (Secrie) do Ministério da Educação e o diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) explicam à Comissão de Educação da Assembléia Legislativa o Mapa da Exclusão Educacional e o Programa Escola de Todos - ambos de âmbito nacional -, criado pelo Secrie.

Segundo MEC, São Paulo tem alto índice de exclusão educacional

A convite do presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, deputado Carlinhos Almeida (PT), o secretário de Inclusão Educacional (Secrie), Osvaldo Russo, e o diretor da Educação Básica do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Carlos Henrique Araújo, explicaram aos membros da comissão nesta terça-feira, 9/12, o Mapa da Exclusão Educacional lançado pelo Ministro da Educação, Cristovam Buarque, semana passada, em Brasília.

De acordo com Osvaldo Russo, os dados do Mapa educacional foram coletados pelo Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em todos os municípios dos 27 Estados da federação. "A pesquisa foi feita em 2000, por isso ela pode apresentar algumas variações, para mais ou para menos."

O mapa da exclusão em São Paulo

Os dados sobre a exclusão educacional referentes ao Estado de São Paulo irritaram o governador Geraldo Alckmin, que, na semana passada acusou alguns ministros do governo Lula, especialmente os petistas, de "partidarização" do estudo.

Segundo o governo federal, São Paulo tem 3,2% das crianças entre 7 e 14 anos fora da escola. "Apesar de ser a terceira unidade da federação com menor percentual, em termos absolutos é a taxa mais elevada, com 168 mil crianças fora das escolas, o que representa 11% do total brasileiro", explicou Russo.

Os dados do IBGE apontam que 24 dos 645 municípios paulistas tinham 100% das crianças nas escolas, "mas 77 localidades atingiram percentual maior que 5,5%, que é a média nacional. Alguns municípios tinham mais de 10% de suas crianças entre 7 e 14 anos fora da escola - são os casos de Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Bora, Itapiracapuí Paulista, Redenção da Serra e Ribeirão Branco, que atingiram o índice de 13% de exclusão", informou o secretário do Secrie.

Em todo o Brasil, cerca de 27 milhões de crianças em idade escolar estão fora da escola , por algum motivo. "Fica cada vez mais difícil fazer com que crianças e adolescentes voltem à escola", lamentou Carlos Henrique Araújo, do Inep. Segundo ele, o abandono escolar se deve à necessidade de trabalhar para ajudar a família, à distância entre a escola e a moradia - principalmente na zona rural; ao abuso sexual; à dificuldade de acompanhar o raciocínio da alunos e professores; ao aumento do tráfico de drogas; à baixa escolaridade dos pais; e à má qualidade do ensino brasileiro.

Dados do IBGE mostram que quase 1,5 milhões de crianças estão fora da escola e o Nordeste do país é a região campeã da exclusão educacional. "Cerca de 41,11% das crianças nordestinas não estudam, seguida por 25,8% do Sudesde; 18,71% do Norte do país; 8,82% da região Sul; e 5,50% da região Centro-Oeste", informou Carlos Araújo.

Programa Escola para todos

A implementação do Escola para Todos foi dividida em três etapas: o diagnóstico da evasão escolar; o cadastramento das crianças em idade escolar de todos os municípios brasileiros, e as ações de inclusão educacional. "Procuramos conhecer as causas da evasão escolar, mas sabemos que os governos, de todas as esferas, devem investir na qualidade do ensino fundamental", declarou Carlos Araújo.

Conforme o representante do Inep, 59% das crianças que estudam não conseguem ler e 22% conhecem as letras, mas não sabem seu significado. "Pode ser que esses dados tenham mudado, já que nos baseamos em dados coletados em 2000", explicou Araújo.

Os técnicos enfatizaram a necessidade e a importância do cadastramento de todos os municípios, congregações religiosas e entidades sociais ao Programa Escola para Todos para melhor conhecimento e atualização da realidade educacional do país."É a melhor forma que temos para acabar com a exclusão social dos indivíduos", disse Osvaldo Russo.

Participaram da reunião os deputados Marcelo Candido, Maria Lúcia Prandi e Roberto Felício, todos do PT, e Geraldo Lopes (PMDB).

alesp