As cidades fantásticas de Makoto Takahashi: uma explosão poética de felicidade e de cor

Emanuel von Lauenstein Massarani
06/05/2004 14:50

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Makoto Takahashi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Makuto Takahashi.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Explosão feérica<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/M. Takahashi Explsao.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A imaginação é um filtro sutil que elimina impurezas e que dilata os limites do espaço e do tempo além de cada indicação do antes e do depois. Por outro lado, a palheta do pintor é um alambique que distila substâncias deliciosas, quase inefáveis. Mas é quase sempre o artista que sai do conformismo de uma estética para uma poética invenção pessoal. Assim é Makoto Takahashi, que acrescenta em suas obras uma grande dose de límpida consistência poética.

Desse núcleo preciso, o pintor prossegue num discurso pictórico que se desenvolve coerentemente, que se alarga numa melodia ritmada de fragmentos cromáticos no quadro de uma sucessão de explosões difundidas. Sua textura ao mesmo tempo amplifica a estrutura e concentra o valor da luz como num cristal.

O espetáculo que Takahashi nos oferece é dos mais emocionantes e representa uma atividade criativa que chega ao limite da expressão. O pintor alcança o seu objetivo, onde a arte tem fim e princípio, aventurando-se no império das idéias puras, das ascensões ou das assunções que podem salvar a essência do homem restituindo-a ao ar, ao éter, na altíssima esfera do silêncio e da luz.

Em "Explosão feérica", obra doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, o artista domina um estilo próprio. Sua pintura é feita de pigmentos de massa corrida, tinta a óleo e acrílica, cola, hidróxido de alumínio e verniz que criam relevos espatulados e círculos fechados. E o resultado são cidades fantásticas vistas do alto por satélites espaciais. Essas cidades parecem explodir de felicidade interior. Do centro para a periferia, fogos de artifício pipocam na atmosfera criando cores feéricas de felicidade.

O Artista

Makoto Takahashi nasceu em Chiba, Japão, em 1928. Chegou ao Brasil em 1955, estabelecendo-se inicialmente na cidade de Santos e a seguir em São Paulo, onde mantém o seu ateliê no bairro do Butantã. Sua primeira exposição data de 1966.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: 33º, 44º e 50º Salão Paulista de Belas Artes (1966, 1980 e 1986); Espaço Cultural V Centenário da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (1981); Centro de Artes de Guarulhos (1982, 1983 e 1984); Salão Regional da Grande São Paulo (1984); Espaço Cultural HASPA, SP (1985); Espaço Cultural da Divisão Regional de Ensino de Guarulhos (1987); Salão de Artes Plásticas de Taubaté (1989); Salão Bunkyo de Arte Contemporânea (1991, 1993 e 1994); Espaço Cultural Casper Líbero (1991 e 1992); Salão de Artes de Santo André e Salão de Artes de Araraquara (1992 e 1993), Salão Arte de Jundiaí, Salão de Mococa, Salão de Arte de Franca e Salão de São Bernardo do Campo (1992); 1º Bienal de São João da Boa Vista (1998).

Recebeu os seguintes prêmios: Grande Medalha de Ouro do Salão de Arte de Araraquara; Menção Honrosa do Salão de Arte de Jundiaí; Pequena Medalha de Ouro no Salão de Arte de Franca, Prêmio de Aquisição no Salão de São Bernardo (1992); finalmente Prêmio Fukushima no Salão Bunkyo (1993) e Medalha de Prata no Salão Bunkyo (1994).

Suas obras encontram-se na Academia Guarulhense de Ensino, Espaço Cultural Casper Líbero e no Acervo Artístico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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