Reajuste salarial da polícia é discutido em audiência pública


25/08/2008 19:20

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Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública recebe policiais civis, representantes da categoria e deputados estaduais para discutir sobre o reajuste salarial da profissão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/FRENTE PARLA SEG PUB GERAL mmy.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/FRENTE PARLA SEG PUBL MESA mmy (10).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nesta segunda-feira, 25/8, a Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública, coordenada por Olímpio Gomes (PV), recebeu policiais civis, representantes da categoria e deputados estaduais para discutir sobre o reajuste salarial da categoria.

Gomes abriu a sessão e leu uma carta enviada por Sidney Beraldo, secretário de Gestão Pública, onde ele explicava que não poderia estar presente na reunião por motivos de agenda. Segundo Gomes, Beraldo não compareceu, pois aos colegas deputados fala que, se pudesse, aumentaria o salário dos policiais, mas para o delegado titular de uma cidade no interior do Estado o secretário disse que o assunto não é da competência dele.

O petista José Zico Prado compareceu à reunião indicado pela bancada de seu partido, já que o líder do PT estava em compromissos partidários, e informou aos presentes que toda a bancada do PT irá participar da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública. Sendo assim, a Frente passa a ter 36 membros. Prado afirmou que a Polícia de São Paulo é a que menos ganha no país e que todos os presentes estão certos em querer discutir e reivindicar seus interesses na Assembléia Legislativa junto aos deputados estaduais.

"A situação do servidor público é muito grave, principalmente em relação ao salário", afirmou Carlos Giannazi (PSOL). Ele criticou a atitude do governador do Estado, José Serra, em entrar com ação na justiça para proibir que uma reivindicação gravada por policiais civis, de 34 segundos, fosse transmitida pela TV Globo no horário nobre. Para ele, essa foi uma atitude antidemocrática, pois o governador proibiu que a categoria se comunicasse com a sociedade.

O deputado Fernando Capez (PSDB) afirmou que a situação do policial é injusta e que junto à Frente Parlamentar irá apoiar a classe, pois é importante ter um deputado do governo que possa encaminhar a negociação junto aos líderes e ao governador. "Estou 100% com a polícia e 100% com o reajuste salarial. Aqui está uma pessoa coerente e de ouvidos abertos. Quando o projeto chegar, contem comigo", concluiu Capez.

O soldado Carlos Alberto Santana de Oliveira, do 6º BPM-I, de Santos, foi uma das vítimas dos ataques cometidos em maio de 2006 pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Oliveira, que foi atingido por 10 projéteis, estava com sua filha no colo quando foi atingido. Emocionado, o policial evangélico lembrou o dia do crime: "Sai da igreja e fui com minha esposa e filha fechar o pequeno comércio que montei. Minha filha queria abaixar a porta e, após me virar, vi uns quatro, cinco homens armados a uns três metros de distância. Um deles disse: "É esse aí." Caí no chão e comecei a orar. Os vizinhos chamaram a ambulância e acordei 10 dias depois."

Santana de Oliveira ressaltou que o Estado tinha informações sobre os ataques, mas não as repassou à tropa. "O Estado omitiu informação e expôs seus funcionários ao perigo. Se fosse uma empresa privada, o Estado teria agido contra." Oliveira perdeu os movimentos das mãos, foi aposentado por invalidez e perdeu 40% de seus vencimentos porque, ao passar para a inatividade, o policial militar perde o direito ao adicional de local de exercício, mesmo sendo promovido na época da aposentadoria. Oliveira recebe R$ 1.100, paga R$ 800 de cheque especial, R$ 500 da associação e fica devendo, conforme ele, R$ 300 ao banco.

alesp