Lei institui Dia do Portador de Alzheimer


26/06/2008 10:31

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O Estado de São Paulo vai institur a partir deste ano a comemoração em seu calendário oficial do Dia Estadual do Portador do Mal de Alzheimer, graças ao projeto do 2º vice-presidente da Assembléia Legislativa, deputado Luiz Carlos Gondim (PPS). A lei 13.025 determina 21 de setembro como a data da comemoração.

O que é a Doença de Alzheimer? Também conhecida como Mal de Alzheimer, durante muitos anos ela foi confundida erroneamente com caduquice ou esclerose. Na verdade, trata-se de uma doença degenerativa do cérebro. Os neurônios vão se deteriorando pouco a pouco e de maneira progressiva, provocando atrofia no cérebro. Os resultados são falta de memória, incapacidade de compreensão, mudanças de humor e desorientação no tempo e no espaço. Estes sintomas, porém, não aparecem de modo exatamente igual em todos os doentes. Eles variam de acordo com a pessoa e com a fase da doença na qual ela se encontra.

A causa da doença de Alzheimer ainda não é conhecida. Existem várias teorias, porém, de concreto, aceita-se que seja uma doença geneticamente determinada, não necessariamente hereditária.

O diagnóstico é complicado e o tratamento exige muitos cuidados, principalmente, por parte de quem convive com o enfermo. Vale ressaltar que o Mal de Alzheimer também afeta seriamente a família, pois ela recebe sobrecarga, tanto emocional como física e financeira.

Por enquanto, a única forma de prevenir a doença é através da prática de exercícios físicos e alimentação balanceada. Mas as expectativas para um futuro próximo são otimistas. Acredita-se que, em 10 anos, será possível curar, ou pelo menos conter os avanços da doença, com um tratamento combinado de remédios.

Fatores de risco dependem de uma combinação de fatores a partir da qual a doença será desencadeada. Uma é a idade cronológica, pois quanto mais avançada, maior a porcentagem de idosos doentes. Aos 65 anos, a cifra é de 2 a 3% dos idosos, chegando a 40%, quando se chega acima de 85 a 90 anos! A idade da mãe também parece influenciar, uma vez que filhos de mães com mais de 40 anos podem ter mais tendência a problemas demenciais na terceira idade. Quanto ao gênero, alguns estudos sugerem que a doença afeta mais as mulheres do que os homens, mas deve-se encarar com cuidado este particular, uma vez que as mulheres, enquanto grupo, vivem mais tempo do que os homens. Isto significa que, se os homens vivessem tanto como as mulheres e não fossem vitimados por outras doenças, o número afetado pela doença de Alzheimer seria o mesmo das mulheres.

Os fatores genéticos e hereditários, para um número extremamente limitado de famílias, parecem determinar a pré-existência do Mal de Alzheimer: os descendentes herdam a configuração genética de um dos pais que determina a presença da doença. Em média, metade das crianças de um pai afetado vai desenvolver a doença. Neste caso, a idade de incidência costuma ser relativamente baixa, normalmente entre 35 e 60 anos.

Descobriu-se uma ligação entre o cromossomo 21 e a doença de Alzheimer. Uma vez que a síndrome de Down é causada por uma anomalia neste cromossomo, muitas crianças com a síndrome de Down virão a desenvolver a doença de Alzheimer, se alcançarem a idade média, apesar de não manifestarem todo o tipo de sintomas.

No caso dos traumatismos cranianos, há observações de que aumenta o risco de desenvolver Alzheimer quanto mais severo é o traumatismo, que torna-se ainda maior se, na época da lesão, a pessoa tiver mais de 50 anos, um gene específico, o apoE4, e tiver perdido os sentidos logo após o acidente.

Não há outros fatores conclusivos quanto à predisposição da doença de Alzheimer. Raça, profissão, situações geográficas e condições socioeconômicas não determinam a doença. No entanto, já há muitos dados que sugerem que pessoas com elevado nível de educação tenham um risco menor do que as que possuem um nível baixo de educação.



lcgondim@al.sp.gov.br

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