A pintura caiçara de Oda Gomes: mensagem de esperança proveniente da luz

Emanuel von Lauenstein Massarani
07/05/2004 14:00

Compartilhar:

Oda Gomes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Oda Gomes.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Casa caiçara na cachoeira do Guilherme<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Oda Gomes casa caicara.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Barcos na praia do Boqueirão sul<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Oda Gomes barcos na praia.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Apoiando-se no entusiasmo que o impulsiona interiormente, o artista Oda Gomes está superando sua fase inicial, um tanto quanto primitiva, para se orientar em direção a um certo expressionismo. Com o passar dos anos encontrou na pintura aquela relação que certamente procurava entre existência humana e sensação, seja no idílio de uma bela visão da natureza do Vale do Ribeira ou dos barcos ancorados nas praias de Ilha Comprida, seja no ritmo das formas, onde insere no rigor da técnica suas vibrações interiores, evocadoras daquela atmosfera quente e vibrante que ele vive como pintor caiçara.

Os amarelos, os trechos azuis, as zonas de verdes e de marrons, a luminosidade de seus casarios ou de seus barcos constituem palavras que acompanham e sustenta a sua sede de se exprimir, de comunicar. São na realidade palavras simples, aqui e acolá, alteradas por inflexões que no conjunto criam uma linguagem clara, luminosa, inclinada a narrar na tela as maravilhas do espetáculo de um horizonte perdido ou daquele que lhe oferece a Mata Atlântica, que cerca o artista entre a praia e os contrafortes da Serra do Mar.

Não há duvida que Oda Gomes consegue captar, de certas dimensões secretas, tudo o que impressiona o seu olhar e, por meio dele sua mente e seu animo. Sob esse aspecto já pode se definir como um pintor hábil e com uma linha bem pessoal. Mesmo permanecendo fiel à sua vocação de paisagista sincero, o artista oferece em sua nova fase uma busca de timbres que, obviamente, deixam ainda mais interessantes suas obras.

De um verismo fantasioso, esse pintor passa para uma forma realista. Seus quadros falam a linguagem simples e pura da natureza: são paisagens, portas e janelas e seres humanos frente a casarios antigos. Encontramos em sua pintura uma mensagem de esperança proveniente da luz.

Nas obras "Barcos na praia do Boqueirão sul" e "Casa caiçara na cachoeira do Guilherme", doadas ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, suas cores são fortes e denotam a personalidade do pintor que deseja emergir no mundo artístico e ser compreendido pelo o que é, e ainda, pelo o que pode criar

O Artista

Oda Gomes, pseudônimo de Odail Gomes Santos Junior, nasceu em Iguape no ano de 1969. Pintor, escultor, compositor, produtor e organizador cultural, é atualmente diretor de cultura da Estância de Ilha Comprida.

Realizou cursos de esculturas em argila com o professor Milton Duarte em Iguape (1997); de pintura a óleo com o professor Milton Ribeiro e desenho com Beatriz Ribeiro em Brasília (2000) e escultura em pedra sabão e entalhe em madeira com Jango Santeiro (2000).

Paralelamente, ministra oficinas de pintura e história da arte no Brasil para crianças em comunidades tradicionais caiçaras. É professor de pintura no Espaço Cultural Plínio Marcos, onde desenvolve a oficina de pintura a óleo ao ar livre.

Coordenou durante os anos de 1997 e 1998 o projeto "Brasil Criança Cidadã", em parceria com a Secretaria da Criança e Bem Estar Social, que trabalha de forma intergrada pintura, música, teatro, dança, capoeira, xadrez e educação ambiental para crianças carentes.

Participou das seguintes exposições individuais: "Paisagens Mineiras", Iguape (1997); "Vilas Caiçaras e Suas Gentes", Espaço Cultural Caixa Econômica Cultural, Iguape; "Pessoas de Tiradentes", Galeria do Sobrado Ramalho, Tiradentes, MG (1998); "Cenas de Iguape", Câmara Municipal de Iguape (1997 e 1999); "A Fé que Une as Artes", Espaço Cultural Plínio Marcos, Ilha Comprida (2000).

Entre as exposições coletivas que participou destacam-se: "Cenas de Iguape", Ibama e "Artistas Iguapenses", Espaço Cultural Roberto Colaço, Iguape (1997); "Quotidiano Caiçara", Cajati, SP; "Olhares em Reflexão", Oficina Cultural Carlos Gomes (1999) e "Faces Brasileiras", Torre de Michelangelo, Ischia, Itália (2001).

alesp