Tatiana Clauzet: uma pintura de sonho que transmite musicalidade e alegria de viver

Emanuel von Lauenstein Massarani
05/12/2003 14:00

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Obra Paz<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Tatiana Clauzete Obra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tatiana Clauzet<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Tatiana Clauzete.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O que marca a pintura de Tatiana Clauzet é sua individualidade inconfundível. Abstracionismo, seguramente não! E muito menos figurativismo no sentido clássico do termo. Ela constrói seus quadros dentro de um clima de fantasia. O seu pontilhismo se transforma numa pintura de sonho, pronta a enunciar e aprofundar uma imagem lucidamente onírica, na qual emergem outros motivos dialéticos, a começar por uma seqüência de formas geométricas temperadas pela organicidade dos traçados e do conteúdo. O todo cria uma verdadeira rosácea com sabor do novo milênio.

Trata-se de um sonho com olhos abertos, sempre mais explícito no objetivar a interdependência do traço pontilhado e das estruturas visuais. Entretanto também a cor, muito além do informal, está cada vez mais diversificada e expressiva.

A pontualidade estética das cores inclui seu significado simbólico, sem porém sufocá-la. Dela resulta, consistente, a descoberta de um novo conceito de vida, que tem sua origem na mesma fonte remota de um sentimento sagrado e cósmico.

Tatiana Clauzet alimenta lentamente o trabalho sobre suas telas até que elas alcancem uma coerência e uma autonomia plástica satisfatória. Em vez de ver um objeto sobre a tela, a artista se preocupa em olhar o movimento, a forma e a cor desses pequenos pontos, que formam um todo e resultam quase um vitral. São eles que provocam nossa sensibilidade, própria a captar a mensagem da pintura.

Fascinada por essa explosão colorida e pela invenção plástica que obriga à reflexão, suas obras possuem uma figuração que não estamos habituados a ver. Sua prioridade é a riqueza pictural, dominando o objeto como tal. Mas a grande virtude de Tatiana Clauzet, como por exemplo na obra "Paz", doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, é sobretudo a musicalidade que ela transmite, harmônica e melodicamente. É a festa dos próprios sentimentos e dos próprios sentidos que a artista transmite em suas obras. Quem olha seus quadros reencontra a alegria de viver.

A Artista

Tatiana Clauzet nasceu em São Paulo em 1980. Após realizar seu curso colegial, em 1998 foi para Austrália. Lá, durante dois anos realizou uma experiência insólita de morar no deserto central daquele continente. Fascinada pelas cores e paisagens que ali encontrou, dedicou-se à pintura como autodidata. Regressou ao Brasil no ano 2000 e passou a residir no Parque Nacional de Itatiaia, Estado do Rio de Janeiro.

Entre as diversas mostras de que participou, destacam-se: "Haweker Art Show", na cidade de Hawker, Austrália (1999); The Convent Gallery, Daylesford, Austrália; XVI Mostra de Arte da Granja Viana, SP e Aix La Chapelle, Daylesford, Austrália (2000); Espaço Cultural da Universidade Federal de São Carlos; ABRA - Academia Brasileira de Arte, SP; "Yacumana, Arte e Mitologia da Serpente", Museu Histórico do Butantã, SP (2001); MAM - Museu de Arte Moderna, Resende, RJ; Museu do Parque Nacional de Itatiaia, RJ; Espaço Cultural Tanger, SP (2002); "Natureza Viva", Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Casa da Fazenda do Morumbi, SP.

Juntamente com o artista Christian Spencer executou o painel "Oca dos Curutus" na fazenda Pedra Vermelha, Analândia, SP. Suas obras encontram-se em diversas coleções oficiais e particulares, notadamente no Acervo Artístico da Assembléia Legislativa de São Paulo.

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