Os números são assustadores: em apenas um ano, o número de seqüestros em cidades do Interior de São Paulo aumentou 2.300%! Isso mesmo: 2.300% só em um ano! Os dados são da própria Secretaria da Segurança Pública, que indica o fato de ter ocorrido apenas um seqüestro em municípios do Interior em 1999, subindo para 24 casos no ano 2000, o que corresponde de fato a um crescimento de 2.300%. Esses 24 casos ainda significam um número inferior ao da Capital, onde foram registrados 35 seqüestros no ano passado... É importante ressaltar que não estão computados aí os chamados "seqüestros-relâmpago", a modalidade de crime que consiste em manter a vítima sob controle para obrigá-la a sacar dinheiro nos caixas eletrônicos. A região de Campinas continua uma das campeãs dos casos de seqüestros. No ano passado, por exemplo, foi bastante comentado o episódio envolvendo o filho do ex-deputado e ex-prefeito de Indaiatuba, José Carlos Tonin. A família acabou pagando resgate. O seqüestro é um dos crimes mais torpes do mundo da criminalidade, pois ataca pessoas indefesas, que, muitas vezes, são levadas à morte... Ou pelo menos sofrem traumas. A polícia paulista, que ficou engessada durante seis anos, pode reagir agora sob o estilo do novo governador Geraldo Alckmin. Só existe um modo de inibir o crime: unir a prevenção e a repressão, com eficiência. Se determinados bandidos ficam sabendo que os seqüestradores recebem castigo, eles passam a pensar duas vezes antes de cometer esse crime. Cabe ao governo do Estado evitar um novo recorde de seqüestros no Interior.

*Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL.