Instituto do Legislativo Paulista prepara a Semana Orlando Villas Bôas


20/04/2004 21:38

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Marina Villas Bôas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/MarinaVBoas A20 abr Z.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marina Villas Bôas e deputado Sidney Beraldo, presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/marina e beraldo 20abr  Z.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

Fortalecer a luta pelos índios e a política indigenista implantada pelos irmãos Villas Bôas são os principais resultados que se podem esperar das atividades do IV Fórum Nacional da Identidade Brasileira, segundo Marina Villas Bôas, viúva do sertanista Orlando Villas Bôas. Marina lembra que a população indígena brasileira era estimada em cerca de cinco milhões de pessoas e, hoje, não chega a 300 mil.

Além da destruição das culturas indígenas, da redução de seus territórios, da escravização e da redução da população indígena, Marina Villas Bôas preocupa-se também com a perda das línguas nativas: "Estamos perdendo uma riqueza cultural que são as línguas indígenas. Lamentavelmente, não há cadeiras de línguas nativas nas escolas, só em algumas universidades".

Paixão

Com a mesma paixão de seu marido, Marina transmitiu aos filhos a preocupação com o futuro dos povos indígenas do Brasil. Uma proposta que hoje começa a ganhar corpo na voz dos jovens Villas Bôas é a criação do Ministério do Índio. Para ela, a realização de um evento de alcance internacional, como é o IV Fórum Nacional da Identidade Brasileira, pode começar a sensibilizar o povo para a questão indígena.

Marina Villas Bôas foi recebida pelo presidente da Assembléia Legislativa, Sidney Beraldo, no Salão Nobre da Presidência. Em companhia do diretor-presidente do Instituto do Legislativo Paulista, Maurílio Maldonado, do coordenador da Semana Orlando Villas Bôas, Antonio Ximenes, e dos professores Jacckieri e Queiroz, do Conselho Brasileiro de Cultura e Civilização (CBCC), ela se disse surpresa com a dimensão que o evento está tomando.

Durante o fórum, realizado pela Assembléia em colaboração com o Centro de Estudos da Conjuntura Sócio Político Cultural Orlando Villas Bôas e com o CBCC, serão realizadas atividades como a posse do Conselho Estadual dos Povos Indígenas, a posse do Comitê Intersetorial de Assuntos Indígenas e o lançamento do Selo Comemorativo em homenagem ao sertanista falecido em 12/12/2002, aos 88 anos. Os três eventos acontecem nesta quarta-feira, às 10h, no Parque da Água Branca, na avenida Francisco Matarazzo, nº.455

Atividades

A Semana Orlando Villas Bôas foi instituída pela Lei 364/2002, de iniciativa do ex-deputado Claury Alves da Silva, atualmente presidente do CBCC, em homenagem ao sertanista que dedicou toda a sua vida à proteção dos índios e de sua cultura. Em 1961, Villas Bôas foi um dos fundadores do Parque Indígena do Xingu, uma das mais bem sucedidas reservas do Brasil.

A semana de atividades terá início em 26/4, segunda-feira, com uma solenidade de abertura e exposição de artes plásticas e fotografias de temática indígena. Durante a solenidade, estarão presentes diversas lideranças indígenas do Xingu, das aldeias Kuikuro e Yawalapiti, e de autoridades. Na ocasião, a artista plástica Vera Caffé doará ao Acervo Artístico da Assembléia um quadro retratando o cacique Aritana, que será representado por seu irmão Pirakumã.

A Semana Orlando Villas Bôas se encerrará em 30/4. Os painéis e seminários acontecerão das 10h às 12h30, nos auditórios Teotônio Vilela e Franco Montoro da Assembléia Legislativa, e com exposições temáticas nos saguões do Palácio 9 de Julho.

alesp