DA REDAÇÃO Uma grande festa marcou a abertura da Semana Orlando Villas Boas e a instalação do 4.º Fórum Nacional da Identidade Brasileira, nesta segunda-feira, 26/4, na Assembléia Legislativa. Instituída pela lei 364/2002, de autoria do ex-deputado Claury Alves da Silva, a Semana tem o objetivo de homenagear o sertanista Orlando Villas Bôas, que dedicou sua vida à preservação da cultura indígena, fundando o Parque Indígena do Xingu, em 1961. A mesa da solenidade foi composta por Marina Villas Bôas, viúva de Orlando; pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sidney Beraldo; por Claury Alves da Silva, presidente do Conselho Brasileiro de Civilização e Cultura; por Guilherme Carrano, coordenador geral do Patrimônio Indígena e Meio Ambiente da Funai, representando o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes; pelos líderes indígenas, caciques Afukaka e Tabata, da tribo kuikuro, índio Piracumã, irmão de Aritana, líder dos Ywalapiti, e pelo pajé Sapain Kamayura; pelo diretor executivo do Instituto do Legislativo Paulista, Carlos Nunes; por Carlos Jaquieri, presidente do Centro de Estudos Orlando Villas Bôas, do ILP, e pelo médico e articulista Dráuzio Varella. Também estiveram presentes os filhos de Orlando, Noel e Orlando Filho, o Villinha, o deputado Vanderlei Macris (PSDB) e o Secretário Geral Parlamentar da Assembléia Legislativa, Auro Augusto Caliman, entre outras autoridades.Ao abrir os trabalhos, o presidente Sidney Beraldo salientou a necessidade de se refletir sobre a questão indígena, como forma de prevenir conflitos como os que têm acontecido ultimamente. Parabenizou o ex-presidente da Assembléia Walter Feldmann pela criação do ILP que promove intenso e permanente trabalho de pesquisa e reflexão. "A este parlamento não cabe somente fazer leis, mas interagir com a sociedade, procurando alternativas para os problemas que se apresentam", concluiu.O índio Piracumã emocionou-se ao lembrar de Orlando. "Ele lutou para trazer de volta o meu povo que estava quase extinto. Se não fosse ele, hoje o povo xinguano não teria mais sua cultura tradicional", afirmou. Segundo Piracumã, Villas Bôas dizia que o homem branco estava longe, mas logo chegaria. "Ele acertou; hoje estamos pressionados pelas cidades que circundam o parque", declarou.Todos aplaudiram a apresentação do áudio-visual "Da Marcha para o Oeste ao último Kuarup", com imagens do acervo da família Villas Bôas e do fotógrafo Renato Soares. O áudio-visual faz referência à expedição Roncador Xingu, da qual Orlando esteve à frente, em 1943, que desbravou o Centro-Oeste brasileiro, contatando civilizações indígenas que corriam o risco de serem dizimadas, e da homenagem a Villas Bôas, realizada pelos índios em julho de 2003, após a sua morte, conhecida como o "último Kuarup".Ao final, houve a abertura de exposição de artes plásticas com obras de Vera Café, Élon Brasil, Lizar e Ryszard Polski, ao som dos instrumentos tocados pelos alunos da Associação Evangélica Beneficente.Dois quadros foram doados ao acervo da Assembléia Legislativa: "Sabedoria" de Vera Café e "Orlando Villas Bôas (Pela garra se conhece o leão)", de Polski. A Semana Orlando Villas Bôas acontece até sexta-feira, 30/4, com painéis, mesa-redonda e exibição de filme.