Repensar o uso da energia nuclear
Os terremotos associados ao tsunami que devastaram parte do Japão fizeram também aflorar um sério problema que está preocupando toda humanidade: os acidentes nucleares e suas terríveis consequências. Esses acontecimentos nos levam a uma reflexão sobre a necessidade de reavaliação do uso da energia nuclear, especialmente em nosso país.
Na minha opinião, o Brasil não precisa de energia atômica para o seu desenvolvimento, pois temos extensos mananciais para a produção de energia elétrica e podemos avançar e aperfeiçoar a busca de energias renováveis.
O Brasil já vem produzindo, mas em pequena escala, energias renováveis, com exceção do etanol, este a partir da cana de açúcar. Mas é preciso ampliar e muito a produção de biodiesel, de energia solar, eólica e outras fontes. Esse tipo de energia tem algumas vantagens, tais como a ausência de poluição, garante a sustentabilidade e a renovação dos recursos, e é viável economicamente.
Por causa do desastre nuclear do Japão, alimentos estão sendo contaminados, assim como a água, causando grandes transtornos e medo na população, sendo que os habitantes da área próxima às usinas foram removidos. Esse cenário está levando autoridades de vários países a repensar a utilização da energia nuclear.
Essa preocupação faz muito sentido, pois aparentemente os especialistas ainda não conseguiram descobrir uma fórmula capaz de estancar os efeitos de vazamentos radiativos e, assim, preservar a população. Veja o exemplo de Chernobil, no leste europeu, em 1986, quando um acidente nuclear expeliu uma nuvem de radioatividade que cobriu vários países. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) morreram 56 pessoas, mas foi feita uma estimativa de que outras quatro mil vidas seriam ceifadas pelos efeitos da contaminação nos anos seguintes. Foi o pior acidente nuclear da história até agora. Esperamos e contamos com a providência divina para que não tenhamos outros desastres nucleares de qualquer alcance.
Aqui no Brasil, o episódio mais marcante de efeitos de radiação foi o vazamento do césio 137 de uma cápsula abandonada, em Goiânia, em 1987. Cerca de duzentas pessoas ficaram contaminadas, quatro delas morreram e 14 ficaram gravemente doentes na ocasião. Isso demonstra, grosso modo, a necessidade de muita cautela e segurança na destinação do lixo tóxico e atômico, tema que tem preocupado muito os especialistas.
Em nosso País, temos duas usinas nucleares em funcionamento (Angra I e Angra II) e já se fala em colocar em 2015 mais uma em operação (Angra III). Além disso, o Plano Nacional de Energia (o PNE 2030) prevê a necessidade de construção de mais quatro usinas nucleares, duas no nordeste e duas no sudeste.
Sobre o assunto, o Congresso Nacional programou para esta semana audiências públicas para debater os projetos de construção das usinas e a situação das duas em funcionamento. Entendo que o Congresso deve analisar profundamente a questão nuclear, principalmente com a coleta de opiniões da sociedade e de especialistas. Com certeza, a opinião pública, o próprio congresso e autoridades do Executivo deverão chegar à conclusão de que não precisamos de mais usinas nucleares, além de redobrar os cuidados com a duas em operação, e de ampliar a busca de outras energias alternativas.
* Vitor Sapienza é deputado estadual (PPS), ex-presidente da Assembleia Legislativa, economista e agente fiscal de rendas aposentado.
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