Bandeirante das artes, Heinz Budweg revive em suas telas o roteiro dos antigos viajantes do século XVIII

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
31/07/2007 17:12

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O Mulato <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/heinz 002.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Heinz Budweg <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/heinz 015.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Em busca de Manoa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/heinz 001.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Longe de qualquer acadêmica reminiscência, de qualquer flutuação de corrente artística que contenha, junto as componentes químicas as componentes cromáticas da realidade exterior, Heinz Budweg associa a analise da cor à analise da visão.

Não há dúvida que a cor é para o artista um dado essencial da percepção enquanto fator extremamente complexo que investe toda a sua temática ao mesmo tempo que o enfocado em relação ao espaço, a luz, ao movimento, a variação das cores segundo as incidências da luz, a própria percepção da cor finita, do observador da obra.

O todo é obviamente ligado também a um interesse de determinação espacial e ao valor atribuído às formas descritas em relação ao espaço, isto é variando as cores de conformidade com os módulos de luminosidade diversificada.

Através de uma linha pós " expressionista, Heinz Budweg tende a uma espacialidade da cor que coincide com a conquista de sua tonalidade geral. Esse discurso pode ajudar o observador a compreender como suas obras tem um contexto unitário, isto é, se solucionam num tom geral, diretamente correlato à disposição psicológica final de uma analise interpretativa da realidade passada pelo filtro do sentir do artista.

Sua mensagem artística se desenvolve num crescendo de tonalidades expressivas para ressaltar uma linguagem diversificada e sugestiva, mas sempre autentica de valores humanos e poéticos.

Suas paisagens, suas figuras, a flora e a fauna amazônicas são de rara autenticidade interpretativa e transformam o artista num verdadeiro bandeirante da arte qual os antigos viajantes que aqui acorreram no século XVIII na busca do Eldorado.

Através das obras Em busca de Manoa: a epopéia dos bandeirantes e o Mulato doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o pintor colhe a essência das coisas, interpreta a natureza e faz reviver as sensações que cada um de nós prova quando parte à descoberta deste continente tropical chamado Brasil.



O artista

Heinz Budweg nasceu em Berlim, Alemanha, em plena Segunda Guerra Mundial. Aos 13 anos, chegou ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Na década de 60, iniciou suas viagens pelo país, percorrendo centenas de cidades e povoados a bordo de um ateliê móvel. Fascinado pela cultura e costumes dos povos indígenas das Américas, temática recorrente em seu trabalho, a convite da FUNAI, retratou em 1976 os caciques das principais tribos que habitam o Brasil.

Por ocasião dos 150 anos da independência do Brasil, pintou um mural comemorativo para o saguão da Associação Cristã de Moços, em São Paulo, obra tombada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em 1983, o artista assumiu a superintendência do Staden Institut e da Fundação Martius , instituições teuto-brasileiras que visam impulsionar o intercâmbio entre Brasil e Alemanha. Três anos depois, foi convidado para pintar vários murais no Museu Etnológico de Berlim por ocasião da exposição comemorativa do descobrimento das tribos do Alto Xingu por Karl von den Steinen, então diretor daquele museu. Na mesma década é admitido como membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.



Nos anos 90 criou o Projeto Tapajós, que reúne pesquisadores do Brasil e de outros países, com o objetivo de provar a ocorrência de contatos entre os povos do Velho e Novo Mundo muito antes dos grandes descobrimentos. Durante a primeira expedição do projeto em 1998, foram registrados 18 sítios arqueológicos. Paralelamente, as redes de TV alemã ZDF e francesa ARTE, produziram o documentário "O Fantasma da Chapada Diamantina", exibido pelo Discovery Channel, mostrando algumas descobertas arqueológicas por ele realizadas.

Em 1999, foi eleito membro da diretoria da APBA (Associação Paulista de Belas Artes), da qual ocupou o cargo de presidente e vice-presidente. Em 2004 Heinz foi eleito Personalidade do Ano pela Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.

Por sua dedicação a arte e cultura brasileiras recebeu a Ordem Marechal Rondon, o prêmio Jabuti, a medalha D. Pedro I e realizou importantes exposições em museus e centros culturais de prestígio na Alemanha, Itália, Áustria, Suíça, Brasil e Estados Unidos.

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