Compartilhar responsabilidade é a solução para governança mundial, avalia embaixador francês

Em coletiva à imprensa, Michel Rocard explica fracasso das negociações para salvar o planeta
19/09/2011 20:51

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/EntrevistaMichelRocardMMY1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Michel Rocard <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/EntrevistaMichelRocardMMYMichelRocard.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/EntrevistaMichelRocardMMY.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Assembleia Legislativa recebeu Michel  Rocard, ex-premiê francês e embaixador para a questão do aquecimento global<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/EntrevistaMichelRocardNomeadaMMY.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Para a divulgação do debate inicial de preparação da Carta das Responsabilidades Humanas a ser apresentada na Rio+20, que ocorrerá em junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro, a Assembleia Legislativa recebeu Michel Rocard, ex-premiê francês e embaixador para a questão do aquecimento global. A carta propõe criar mecanismos para gestão das interdependências que surgem no gerenciamento de questões ambientais, climáticas, sociais e econômicas.

Em coletiva, Rocard avaliou que todas as negociações de interesse mundial iniciadas neste século fracassaram. Ele localizou a origem destes fracassos na legitimação nacionalista dos governos, motivada pelas necessidades do poder econômico que não considera as especificidades de grupos sociais diferentes. Como exemplo, Rocard disse que o momento em que vivemos está pontuado por crises múltiplas, como a das bolsas, do aquecimento global, do terrorismo e da precariedade de empregos. "A única coisa a fazer é reconhecer a interdependência internacional e a responsabilidade da comunidade internacional", disse.

Entusiasmado com a posição das autoridades brasileiras em relação à Rio+20, Rocard espera que se possa reverter o quadro atual de pessimismo sobre os resultados efetivos do encontro usando a movimentação social.

Quanto à emissão de CO2, Rocard é a favor de que haja uma cobrança para os valores emitidos, seja ela em forma de taxa ou de compensação. Ele é o criador da taxa de carbono na Declaração de Haia.

Edith Sizoo, coordenadora do International Facilitation Committee of the Charter, que participou da entrevista, afirmou que para reverter as expectativas dos resultados finais da Rio + 20 é necessário que se valorize o que já foi feito e que se colabore na elaboração da carta. Ela espera que as comunidades sociais interrompam o processo de culpar os outros pelos problemas existentes, pois este processo faz com que muitas portas se fechem. Por outro lado, ela afirma que, se os direitos humanos são iguais para todos, as responsabilidades têm sido proporcionais ao conhecimento e poder econômico. Por isso, para ela é urgente iniciar o diálogo sobre compartilhar responsabilidades e criar condições de vida equilibrada no planeta.



Michel Rocard



Michel Rocard foi 1º ministro da França entre 1988 e 1991. Atualmente é deputado no Parlamento Europeu pelo Partido Socialista Europeu, e ocupa os cargos de vice-presidente do Colegiado Internacional Ético, Político e Científico e de embaixador da França para as negociações internacionais nos polos Ártico e Antártico.

É engajado na questão do desarmanento mundial e considera o enfrentamento da crise ecológica uma questão moral.

No álbum inédito N"importe où, hors du monde (Não importa onde, fora do mundo) do grupo de rock francês Weepers Circus, Rocard assina um texto no qual relata sua experiência na missão na Antártida.

alesp