Alunos da USP visitam Acervo Histórico da Assembléia


24/06/2003 22:03

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Dainis Karepovs, diretor do Acervo da Assembléia <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/USPa240603.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Estudantes do Departamento de História da USP visitam o Acervo Histórico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/USP240603.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

Cerca de 30 estudantes do Departamento de História da USP visitaram nesta terça-feira, 24/6, o Acervo Histórico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. A visita foi organizada pela professora Zilda Iokoi, que ministra a disciplina Brasil Independente e tem a preocupação de colocar seus alunos em contato com os acervos históricos do Estado e da cidade de São Paulo. O roteiro da visitas inclui além do Museu Republicano de Itu e do Museu Paulista, acervos como o da Assembléia Legislativa.

Segundo a historiadora, seu curso está voltado para o estudo dos movimentos sociais e as relações entre estado e sociedade. O acervo da Assembléia tem assim um grande interesse para os que estão envolvidos com o estudo da passagem do governo provincial para o imperial, bem como para estudar as bases do estado republicano em São Paulo. Para Zilda, o reconhecimento dos acervos disponíveis pelos estudantes ainda é pouco cuidado pelos departamentos. Entretanto, existem ricos acervos para desenvolver trabalhos acadêmicos voltados para a investigação das bases do republicanismo e para as políticas institucionais. "Precisamos estimular pesquisas nessa área com os recursos que nos dão esses acervos. Até mesmo para pensar se a Assembléia é de fato republicana ou não. Se ela é uma instituição na qual se valoriza o interesse público ou apenas interesses individuais."

Zilda ressalta a relevância de estudos sobre o Legislativo. Ela lembra que, há alguns anos, estimulada pelo professor Francisco de Assis Barbosa, a professora da USP Maria de Lourdes Janotti iniciou um trabalho de pesquisa sobre a Historio do Legislativo no Brasil, entretanto, por falta de financiamento, o projeto rendeu apenas três trabalhos, entre os quais estão a tese de Zilda Iokoi sobre o Legislativo Paulista.

Zilda sugeriu que a idéia poderia ser retomada por meio de uma parceria entre a Universidade de São Paulo e a Assembléia Legislativa, com apoio financeiro da Fapesp.

Idéia estimulante

A idéia estimulou o diretor do Acervo da Assembléia, Dainis Karepovs, que registrou a ausência de um estudo dessa natureza em São Paulo. Ele lembra que outros estados produziram trabalhos sobre a história dos legislativos estaduais, Dainis destaca os estudos de Câmara Cascudo no rio Grande do Norte. "Desse modo, seria extraordinário podermos desenvolver um trabalho amplo e de conjunto sobre a história do legislativo paulista."

O diretor do acervo acredita que, com esse tipo de visita promovida pela professora Zilda Iokoi, se abre um importante canal para se difundir o interesse sobre o legislativo. "Essa é uma maneira estimulante de reatarmos relações com a academia e garantir a divulgação pública da riqueza histórica dessa documentação."

Dainis monitorou a visita e mostrou aos alunos a documentação em poder do acervo e o projeto de digitalização e de disponibilização para o público, que se encontra em fase avançada de desenvolvimento, com finaciamento da Fapesp. O Acervo Histórico da Assembléia tem ainda sob sua guarda as bibliotecas do Congresso Legislativo do Estado, criada em 1893, e do ex-ministro das Relações Exteriores e da Justiça José Carlos Macedo Soares, um bibliógrafo que juntou obras importantíssimas sobre História do Brasil e de São Paulo, bem como livros sobre estatísticas brasileiras e direito comparado.

O estudante Cezar Luiz Oliveira da Cruz disse que suas expectativas em relação à vista ao acervo da Assembléia foram superadas. "Por se tratar de um arquivo público não imaginava que pudéssemos encontrar algo muito organizado e menos ainda um acervo digitalizado e disponível ao público. Fiquei bem impressionado." Com a mesma opinião, a estudante do segundo ano Melina Nóbrega Miranda considerou a visita importante por permitir aos estudantes saber a quem podem recorrer para realizar suas pesquisas.

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