Seminário debate o papel de São Paulo na Alca


04/12/2003 20:49

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Embaixador Jadiel Ferreira de Oliveira (esquerda) e deputado José Caldini Crespo, segundo secretário da Assembléia Legislativa <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/AlcaTarde1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Seminário A Economia Paulista e a Alca<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/ALCA-MANHA2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

A Assembléia Legislativa, por meio das Comissões de Assuntos Internacionais e de Economia e Planejamento - presididas pelos deputados Célia Leão (PSDB) e Waldir Agnello (PTB), respectivamente - e do Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado, promoveu nesta quinta-feira o seminário "A Economia Paulista e a Alca" para debater o panorama das negociações e os impactos setoriais da Área de Livre Comércio das Américas no país e, sobretudo, no Estado de São Paulo.

Um ponto comum aos discursos de todos os debatedores foi o papel-chave desempenhado por São Paulo na consolidação de um acordo continental de livre comércio. Em 2002, o Estado exportou 20 bilhões de dólares para diversos países do mundo - entre eles EUA, Argentina e México, principais importadores do Brasil -, o equivalente 1/3 de todas as exportações brasileiras.

Participaram da mesa de debates os deputados Waldir Agnello (PTB), Célia Leão (PSDB) e Emídio de Souza (PT), 1º secretário da Mesa Diretora da Assembléia. Também estavam presentes o secretário executivo do Conselho Estadual de Relações Internacionais e Comércio Exterior e secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles,;o ministro e decano do corpo consular do Uruguai, Juan Antonio Silva; e o embaixador Jadiel Ferreira de Oliveira, chefe do escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo,

"A economia paulista no contexto internacional"

A efetiva participação do Estado nas negociações mundiais, principalmente no agronegócio, é responsável pelo saldo positivo na balança comercial do país.

Para o secretário de Ciência e Tecnologia, João Carlos Meirelles, embora o país reconheça o trabalho e o empenho do Estado de São Paulo para colaborar com o desenvolvimento do Brasil, o resultado das nossas exportações, embora considerável, é pífio se comparado com os mais de 170 bilhões do México. "Isso porque o México faz parte da Nafta, juntamente com Canadá e EUA. Ano passado - continuou Meirelles-, o grupo dos 29 países mais ricos do mundo fizeram um acordo de protecionismo que envolveu 366 bilhões de dólares, um bilhão de dólar por dia. Ou seja, seis vezes mais do que toda a exportação do Brasil", exemplificou o secretário.

Meirelles afirmou, ainda, que não se pode falar em comércio exterior se não houver equilíbrio entre exportação e importação. "Depois de cinco anos de resultados negativos, São Paulo importou 235 bilhões de dólares, sendo que 3,5 bilhões de dólares no setor agrícola."

O cônsul geral do Uruguai, Juan Silva, disse que hoje, "no mundo globalizado", os representantes do povo devem ter a consciência de que os assuntos internacionais têm efeito imediato no quotidiano das pessoas. Como Wladir Agnello, Juan Silva se mostrou preocupado com o avanço do crime organizado,com investimentos em saúde e em educação, com a erradicação da desigualdade social e com as discussões sobre a paz mundial.

Ao encerrar o painel sobre a economia paulista no mercado internacional, Meirelles afirmou que as discussões sobre a Alca podem durar até de 15 a 25 anos, porque as "evoluções são lentas e diversificadas".

O que é a Alca?

De acordo com estudo realizado pela Fundação Sebrae-SP, apesar de intensamente discutida na mídia, importantes setores da economia paulista pouco sabem sobre a Alca. Esse desconhecimento mostra que a maioria das pequenas e médias empresas, responsáveis por grande parcela dos empregos gerados no Estado, ainda não se adequaram à realidade da Alca.

As discussões sobre a Alca foram iniciadas em 1994 na Cúpula das Américas, em Miami, com o objetivo de criar um bloco comercial que integre as economias dos 34 países das três Américas (exceto Cuba) com a redução das barreiras comerciais e de investimentos.

Atualmente presididas por Brasil e Estados Unidos, as negociações têm previsão de se encerrar em janeiro de 2005.

Para organizar os diferente setores da economia foram criados nove grupos de negociações: acesso a mercados - considerado um dos mais importantes, já que os EUA são extremamente protecionistas -, investimentos, serviços, compras governamentais, soluções controversas, agricultura, direitos de propriedade intelectual, subsídios, antidumping e medidas compensatórias, e por fim as políticas de concorrência .

Estudos mostram que a Alca será um grande negócio para os empresários que souberem investir e valorizar o seu produto, já que ela compreenderá 750 milhões de habitantes e terá PIB de 10 trilhões de dólares; "e não podemos ficar fora dessa", disse a deputada Célia Leão.

alesp