O que se admira de imediato na arte de Rosangela Marassi é uma atmosfera difusa de tonalidades intimistas das visões paisagísticas. A minuciosa análise do real é conduzida através da técnica das antigas escolas veristas, que valoriza a unidade da visão atmosférica e do sentimento elegíaco da natureza.

A artista é sobretudo enamorada dos diversos aspectos do real: suas paisagens sugerem uma pacata distensão e uma serena alegria do espírito. Sua pintura é quase um culto panteístico à natureza intacta, uma paradoxal busca de uma pureza existencial por meio da mais objetiva e minuciosa descrição de cada aspecto das imagens que a encantam.

Estamos frente a uma experiência que transforma cada momento da natureza em termos de pura luminosidade: tudo se transforma numa visão paradisíaca. O realismo paisagístico de suas obras se identifica plenamente com a realidade do ambiente, numa linguagem que não permite interrogações.

Seu modo de pintar nos possibilita saborear coisas esquecidas no tempo, reencontrar os caminhos de uma paisagem que se entende frente aos nossos olhos, feliz intuição de uma artista consciente de sua criatividade.

Paisagem de Jarinu e Pereiras, Caminho da Roça, obras doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, são pinturas praticamente autônomas, ricas de vibrações cromáticas, as quais constituem o resultado estético das emoções líricas que as provocaram.

A artista

Rosangela Marassi nasceu em São Paulo, em 1967. Grande apreciadora das artes plásticas, após concluir o curso superior em letras e literatura portuguesa e tornar-se professora, deixou de lecionar e passou a buscar conhecimentos aprofundados nas áreas da pintura e do desenho.

Freqüentou e seguiu cursos de pintura nos ateliês dos artistas Gilberto Geraldo, Luís Pinto, Costa Junior e Alexandre Reider. Apresentou-se em diversos programas de televisão e, atualmente, ministra aulas de pintura em seu próprio ateliê.

Participou de varias exposições, tendo sido premiada na 58º e na 59º edições do Salão Livre da Associação Paulista de Belas Artes (2000 e 2001); na IX Mostra de Arte Livre Saint German (2002); no 16º e no 17º Salões de Arte da Associação Comercial de São Paulo; e no III Salão de Pintura Figurativa Bunkyo (2003 e 2004).

Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.