MST ameaça a estabilidade do país

Opinião
19/05/2005 17:05

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A marcha de 12 mil pessoas ligadas ao Movimento dos Sem-Terra (MST) ao longo de 205 quilômetros de Goiânia a Brasília chegou ao fim de modo previsível, em 17 de maio: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a posar para fotos com o boné do MST e houve baderna na Esplanada dos Ministérios, num cenário de bandeiras vermelhas. Os líderes do MST entregaram a Lula um documento com 16 exigências, que vão desde a cobrança da antiga promessa eleitoral do PT de assentar no campo mais 430 mil novas famílias até a mudança da política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

Numa nação democrática como o Brasil, qualquer cidadão pode agir por meio de passeatas, marchas e abaixo-assinados apresentando aos governantes determinadas reivindicações. O que ocorre no caso do MST, no entanto, é algo muito diferente de um movimento autêntico da democracia. E a situação se agrava diante da evidência de que o governo federal não só tolera esse tipo de agitação como também faz o papel de indefensável cúmplice.

A quem interessa reviver no Brasil uma luta de classes e desenterrar o comunismo sepultado pelos escombros do Muro de Berlim? Hoje, o país ainda enfrenta uma crise econômica e vive conflitos políticos, mas mantém o caminho de consolidação da democracia. Até quando? Há ameaças à democracia: abusos do MST sob as bênçãos de Lula põem a estabilidade em risco. O presidente lança para as eleições de 2006 uma perigosa bomba de efeito retardado.

Lula e o MST vivem interessantes casos de dupla personalidade. As invasões de terras comandadas pelo MST durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso foram estimuladas por integrantes do PT, o partido de Lula.

Com a eleição de Lula, em 2002, acreditava-se que, por uma questão de lógica, os sem-terra sossegassem por alguns anos e concedessem ao novo presidente uma trégua para poder cumprir todos os tipos de promessas de palanque, entre as quais a de assentar mais de 400 mil famílias. Acontece que já em 2003, ano da posse do candidato petista, os líderes do MST João Pedro Stédile e José Rainha retomaram as agitações no campo, numa contramão de uma realidade: o agronegócio, conduzido por fazendeiros que atuam contra inúmeras dificuldades, é um dos poucos setores de sucesso da economia do País. Com isso, tivemos nos últimos dois anos um anunciado "abril vermelho", marcado por uma série de invasões de terras produtivas em vários Estados, até mesmo no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste de São Paulo.

José Rainha, que costuma estimular a violência entre os sem-terra e humildes fazendeiros, chegou a ser preso em flagrante por transportar armas de modo ilegal. Políticos petistas ligados ao governo federal não vacilaram em criticar o Poder Judiciário para que Rainha fosse libertado, como se não existissem leis para todos os cidadãos. Já a promoção da recente Marcha a Brasília relembrou o estilo de organizados baderneiros defensores de ditaduras.

Em sua marcha de 205 quilômetros, o Movimento dos Sem-Terra teve não só o apoio do governo federal e de parlamentares petistas como também do Governo de Goiás e da Prefeitura de Goiânia. Para que os integrantes da marcha cumprissem o roteiro estabelecido, houve a movimentação de enormes recursos financeiros que garantiram 280 ônibus, 120 banheiros ambulantes, 6 ambulâncias, cozinha, vários caminhões e até uma emissora de rádio FM sintonizada por meio de aparelhos entregues a cada "sem-terra". E todos eram mesmo "sem-terra"? É claro que não: entre os 12 mil manifestantes, estavam moradores de cidades, que, diante da possibilidade de tentar ganhar terra de graça, acabaram aderindo ao verdadeiro "exército" de Stédile.

Nesta época em que o mundo recorda o fim da 2.ª Guerra Mundial, ocorrido há 60 anos, os cinemas mostram cenas do fanático exército de Adolf Hitler, responsável por um conflito que matou mais de 40 milhões de pessoas. Também vêm a tona as milícias dos ditadores comunistas Josef Stalin na União Soviética e Mão Tsetung na China, líderes do assassinato de alguns milhões de inocentes. E, enquanto o mundo caminha para a paz, com uma Europa livre do comunismo e com justificáveis críticas à ação do presidente americano George W. Bush no Oriente Médio, o Brasil vive sob o perigoso signo do MST.

Esse MST revive marchas de Hitler e Stalin e teve até pacto com a facção criminosa dos presídios paulistas, o PCC. Mesmo assim, Lula está ao lado dele. Isso é de dar medo!

*Afanasio Jazadji é radialista e deputado pelo PFL.

alesp