Moção repudia reivindicação de multinacional anglo-australiana


22/03/2007 17:36

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Deputado Padre Afonso Lobato <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/PADRE ANGLO AUSTRA A.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Ao justificar a apresentação de moção de repúdio de sua autoria contra a multinacional anglo-australiana Rio Tinto Empreendimentos Minerais, o deputado Padre Afonso Lobato (PV) afirmou: "Destacamos nossa total contrariedade e repúdio à gestão da empresa na questão e nossa máxima proteção aos valores verdadeiros da humanidade, resguardando o que temos de mais importante, nossas próprias vidas". A empresa, que tem escritório central em Londres, reivindica a redução da recém-criada Estação Ecológica do Grão-Pará de 4,2 milhões de hectares para 500 mil hectares.

O deputado argumenta que a ingerência da empresa junto ao governo do Pará fere todo o esforço mundial em prol do meio ambiente, sobrepondo seus interesses financeiros à defesa da vida no planeta. A Rio Tinto descobriu uma província de bauxita com potencial de pelo menos 4 bilhões de toneladas e chegou a anunciar o investimento de mais de R$ 4,5 bilhões na região. A nova província mineral fica no alto do rio Curuá, entre os municípios de Alegre e Alenquer, na margem esquerda do rio Amazonas. A bauxita está encravada entre as reservas indígenas Zo"é e Paru 10 e não havia qualquer impedimento legal à exploração antes da assinatura do decreto, em 4/12/2006, criando a reserva, relata Padre Afonso.

O deputado quer que a Assembléia Legislativa aprove a moção de repúdio e represente a contrariedade do povo paulista com a empresa, juntando-se às manifestações para que o governo do Pará não ceda à possibilidade de diminuir a reserva a favor dos interesses da Rio Tinto. "Está mais do que provado que em questão ambiental devemos pensar em longo prazo, haja vista todos os efeitos que sofremos hoje com nossos erros do passado", acrescenta.

O deputado argumenta que a interferência da mineradora faz transparecer a idéia de que as instituições e legislações brasileiras não funcionam, que são somente "para inglês ver", pois sugere a revisão do decreto tão somente pela força do capital. O parlamentar ressalta o "descaso da mineradora com a população local. Pois, mesmo com as promessas de geração de renda e de mais de 17 mil empregos, a área degradada jamais será recuperada e o empreendimento acabaria por deixar um rastro de destruição. Ou, talvez, tenham desenvolvido um meio de abandonarem o planeta daqui a alguns anos, quando a vida aqui se tornar insustentável devido à degradação ambiental".

padreafonso@al.sp.gov.br

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