Plenas de uma autônoma espontaneidade as "naturezas mortas" de Antunes

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
02/05/2011 11:52

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Hortência XIX<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2011/HORTENCIA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Antonio Augusto Antunes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2011/Antonio Augusto Antunes.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Mestre de diversas técnicas "óleo, guache, têmpera e litografia", Antunes o é também do cromatismo, por ele habilmente manobrado dentro de uma gama de tons tanto distendida quanto contraída.

Nas suas naturezas mortas, nos seus buquês, Antunes conjuga dádivas exteriores e as confronta com seu julgamento e sua experiência. Por mais vibrantes que sejam as impressões recebidas, ele não se deixa dominar por elas.

A elegância das linhas convergentes e divergentes numa síntese toda arquitetural, a própria composição sugere o espaço , estilização das folhagens e das flores e o significado das proporções levam ao esquecimento um certo partis-pris decorativo.

A luz, levantando-se das sombras, cria a dinâmica do tema, animando as estruturas menos sugestivas do fundo: nada é estático nas suas naturezas mortas.

Algumas manchas mais vivas trazem como que estímulos de excitação: o rosa alternando-se com o verde, o azul turquesa alegrando os ocres e os sépias. Os cinzas e os brancos, mais sutis, traem certo gosto do enigma e do secreto. Sugerir e não dizer... recomendava Mallarmé.

O crítico Dominique Baechler afirma, com muita propriedade, que: "Impregnadas talvez de um certo cubismo pela sua construção e por uma necessidade de ordem e de clareza, as obras de Antunes afastam-se de toda aventura coletiva, plenas de uma autônoma espontaneidade".

A obra "Hortência XIX", litografia doada pelo Atelier Glatt & Ymagos ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, evidencia que a arte desse renomado artista opõe à realidade a sua própria visão.

O Artista

Antonio Augusto Antunes Netto nasceu em Bebedouro, no ano de 1936, e faleceu em São Paulo, em 1982. Mudou-se para Londrina, no Paraná, onde terminou seus primeiros estudos de desenho, em 1946.

Na faculdade participou de várias exposições, atraindo a atenção pela maneira pessoal de utilizar os claros e os escuros. Participou como desenhista do Salão de Jovens do Ministério de Educação do Rio de Janeiro, do XIII Salão Paulista de Moderna, de exposições coletivas no Instituto dos Arquitetos do Brasil, além de exposições individuais em São Paulo.

Diplomou-se em arquitetura em 1961, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, assumindo o cargo de professor assistente da Cadeira de Paisagismo, até 1973. Frequentou vários cursos de arte, gravura e desenho, além de realizar um vasto trabalho no campo de paisagismo. Pouco a pouco, foi se desligando da arquitetura e passou a se dedicar exclusivamente à pintura.

Esteve presente com suas obras em várias exposições individuais e coletivas na Galeria Círculo, Salvador (1973); "Mostra Individual" " Galeria Itaú (1974 e 1975); 7º Salão de Ecologia, São Paulo; Museu do Estado da Bahia (1975); Galeria André, São Paulo; Galeria Paulo Prado, São Paulo; CCBEU de Santos; IV Salão Paulista de Arte Contemporânea (1976); Galeria Debret, Paris, França; Galeria Brasil, Haia, Brasil; IX Festival Internacional da Pintura em Cagnes-Sur-Mer, França (1977); Galeria André, São Paulo (1979); Galeria Paulo Prado, São Paulo (1980); entre outras.

Possui obras em importantes coleções particulares tanto no Brasil - Galerias do Rio, São Paulo, Salvador e Brasília - quanto no exterior: Embaixadas do Brasil em Haia, Genebra, Paris; Londres; São Francisco (Estados Unidos) e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp