Comissão e frente parlamentar assistem vídeo e ouvem palestra sobre o Juqueri

Documentário exibiu depoimentos de médicos e profesores que trabalharam na instituição
08/12/2011 22:49

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Reunião conjunta <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2011/ComAssuntosMetropolitanos07dez11Mauri2.JPG' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Beto Trícoli, na abertura da reunião, já havia feito um balanço positivo da atuação da comissão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2011/ComAssuntosMetropolitanos07dez11MauriBetoTricoli.JPG' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais (CAMM) e a Frente Parlamentar pela Reforma Urbana e Cooperação Regional <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2011/ComAssuntosMetropolitanos07dez11Mauri.JPG' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Na reunião da Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais (CAMM) e da Frente Parlamentar pela Reforma Urbana e Cooperação Regional foi apresentado o documentário Juqueri " Hospital, Ciência e Ternura, dirigido por Diego Hernandez e, em seguida, houve a exposição do arquiteto Pier Paolo Pizzolato sobre o plano diretor que deu uma nova destinação aos prédios abandonados do complexo psiquiátrico.

O documentário exibiu depoimentos de médicos e professores que trabalharam no Juqueri e que contaram um pouco da história daquele que foi o mais importante centro de estudos de psiquiatria da América Latina. Fundado em 1898, o hospital psiquiátrico teve como seu primeiro administrador o médico Francisco Franco da Rocha.

A abordagem do documentário não é apenas histórica, mas, como declarou Hernandez, um relato apaixonado de um francorrochense, que não se resume a apresentar o passado " com depoimentos de importantes professores e médicos que trabalharam no Juqueri, mas também dá oportunidades para projetar o futuro quando o documentário apresenta o plano diretor para todo o espaço do Juqueri, plano esse concebido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Fausp) pelo arquiteto Pier Paolo Pizzolato em seu trabalho de mestrado.

Entre os entrevistados no filme estão os professores José Parada e João Grecco e os médicos Walmor Piccinini, José Norberto e Henrique Levi, além do próprio Pizzolato. Todos os médicos e professores, que trabalharam no hospital psiquiátrico, falaram das fases áureas do Juqueri (nome emprestado do município que hoje tem o nome de Mairiporã) e de como o médico Francisco Franco da Rocha criou um parâmetro de excelência em atividades clínicas para doentes mentais no começo do século 20 naquele local.

Os doentes mentais viviam confinados em São Paulo, às vezes em cadeias. O médico Franco da Rocha, que já era conhecido internacionalmente, queria que os doentes tivessem uma vida normal, em contato com a terra. No trabalho com a terra, nasceu a laborterapia, praticada até hoje com o nome de terapia ocupacional, declarou Walmor Piccinini, e acrescentou que todos os médicos importantes na área de psiquiatria passaram pelo Juqueri.



Depósito de doentes



O filme conta que, a partir do Estado Novo, que nomeou como interventor o médio Adhemar de Barros, o hospital começou a aumentar sua lotação sem o respectivo crescimento físico. Apenas reformas cosméticas, "puxadinhos", como declarou Pizzolato, e, a partir daí, começou a ser utilizado como depósito de doentes. A decadência veio até o começo do século 21, quando um incêndio no principal prédio do complexo encerrou as atividades do hospital.

Após a apresentação do documentário, o presidente da CAMM, Celso Giglio, convidou o arquiteto Pizzolato a proferir sua palestra. O arquiteto falou que o plano diretor não foi obra só sua, mas que teve a orientação do professor Sylvio Barros Sawaya e o apoio da Fausp. Pizzolato apresentou um mapa da Região Metropolitana de São Paulo e, unindo as cidades de Campinas e Santos (eixo norte-sul), e Sorocaba a São José dos Campos (eixo oeste-leste), que se encontram exatamente sobre o antigo Juqueri. Franco da Rocha está no centro da macrometrópole.

O arquiteto apresentou aspectos do plano diretor, principalmente no que se refere à integração do município com as cidades ao leste e a oeste (já está integrado com os municípios ao norte e ao sul desde antes da construção da estrada de ferro, por ser um caminho natural dos tropeiros que se dirigiam a Minas e Mato Grosso. Pizzolato apresentou fotos do hospital e dos prédios projetados por Ramos de Azevedo. Disse que depois de estudos, ele e os colegas da Fausp, que participaram da elaboração do plano diretor, chegaram à conclusão de que os prédios do antigo hospital atualmente servem melhor à educação do que à prática da medicina, por causa da grande tecnologia que os hospitais necessitam.

Apresentando a planta do hospital, o arquiteto ainda comentou que do jeito que foi orientada por Ramos de Azevedo, a disposição dos prédios (sobre o eixo norte-sul), apesar da simetria das construções, deixava um lado em aclive e outro em declive, fazendo com que um dos lados oprimisse o outro. Ao inverter o eixo das novas construções, os dois lados estarão no mesmo nível.

Após a apresentação, a deputada Telma de Souza (PT) parabenizou o arquiteto e disse ser radicalmente contra o eletrochoque, uma das técnicas que foi defendida por alguns médicos no documentário - "em casos de fibrilação, se eu aplico um eletrochoque num paciente, sou aplaudido. Se um esquizofrênico tem uma crise, não posso utilizar o mesmo tratamento", queixou-se um dos entrevistados no filme " mas falou de fatores positivos que o documentário abordou, como a proteção dos mananciais, entre outros. Colocou-se para apoiar a construção das escolas e hospitais que o plano diretor indica.

Também o deputado Beto Trícoli (PV) falou em documentar a reunião e apoiar o projeto de instalação de escolas e hospitais naquela região. Trícoli, na abertura da reunião, já havia feito um balanço positivo da atuação da comissão. Celino Cardoso (PSDB) também considerou bom o trabalho da comissão e enalteceu a parceria dos governos federal e estadual que pretende construir escolas na região. Participaram ainda da reunião os deputados Ed Thomas (PSB), Jooji Hato (PMDB) e Marcos Martins (PT).

Deputados também ouviram exposição do arquiteto Pier Paolo Pizzolato

alesp