Opinião

PCC ameaça o Interior
18/01/2006 17:04

Compartilhar:

Afanasio Jazadji<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/afanasio.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Rebeliões em presídios e ataques contra postos policiais fazem com que São Paulo tenha um início de 2006 muito mais quente que as altas temperaturas apontadas pelos termômetros em todas as regiões do Estado na temporada de verão. Não bastasse o motim ocorrido no primeiro dia do ano, na Casa de Custódia de Taubaté, a madrugada de 9 de janeiro registrou uma audaciosa, mas frustrada tentativa de invasão da penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes. A operação, que envolvia imenso e sofisticado arsenal, não deu certo e a polícia acabou prendendo sete envolvidos que faziam parte do plano para resgatar o bandido Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola", um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Como represália, aliados do PCC passaram a atacar postos policiais na cidade de São Paulo e em outros municípios da região da Capital. Um PM foi morto no bairro paulistano de Vila Maria. Em 16 de janeiro, a onda de violência atingiu o Interior: na Penitenciária Campinas-Hortolândia, detentos mantiveram 17 agentes penitenciários como reféns por algumas horas. Eles pretendiam usar um túnel improvisado para fugir do complexo, que tem capacidade para 768 presos e abriga mais de 1.400. O Governo do Estado, assustado, armou um esquema de prevenção em cadeias, distritos policiais e postos da Polícia Militar, na tentativa de evitar novos ataques e motins. A situação, porém, permanece muito grave, pois existe distância entre o marketing e a realidade.

* Afanasio Jazadji é jornalista e deputado estadual pelo PFL

alesp