Eder Rocha: insaciável sede de liberdade transferida para suas telas


09/10/2007 09:59

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Negra afro-brasileira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Negra Afro-brasileira.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Eder Rocha<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/eder.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Éder Rocha imprime sobre suas obras a própria personalidade que é evidentemente atraída pelos seres humanos e seus espaços. O artista prefere a "Sinfonia", em vez do tempo de "Romanza", onde sabe colher o largo respiro sugerido pela visão das ambientações quase desérticas, mas não inanimadas.

Encontramos o autor por detrás desse mundo de figuras humanas, que trata com extremo cuidado, com amor, em direção à pureza das linhas. Usa a linguagem que dialoga com o espectador. Trata-se quase de uma complacência.

A figura faz parte desse discurso coral, seja sob as vestes de um índio, de uma negra, de um asiático; enfim, dos protagonistas de um mundo para o qual o artista transfere a sua convicta e insaciável sede de liberdade, de uma liberdade clara, plena e generosa. Seus temas e suas cores convergem em defesa das minorias.

Éder Rocha é um pintor que possui uma visão límpida do que deseja representar. Sua mão guia o pincel com segurança e extrema finura. Ele pinta como vê e como sente: coerente e constante.

Com profunda intuição psicológica e com clareza de fantasia, obtém obras de intensa força expressiva e de alta feitura estilística, em contraste com suas origens e a simplicidade de seu labor cotidiano.

Sua pintura é minuciosa, cheia de luz, onde o sentimento poético da natureza e dos seres humanos constituem uma constante viva. Por meio das cores que desfrutam de possibilidades luminosas próprias, sobressai a imagem de um ser sublime e envolvente.

O quadro Negra Afro-brasileira I, doado ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, demonstra a espontaneidade cordial desse artista, sem complicações intelectualoides, mas com profundas raízes na realidade.



O artista

Éder Rocha, nome artístico de Éder dos Anjos Rocha, nasceu em Caratinga no Estado de Minas Gerais em 1958. No ano seguinte mudou-se com a família para Ilha Solteira, no Estado de São Paulo.

Não pôde completar seus estudos devido ao trabalho que exercia para ajudar no sustento de sua família. Trabalhou inicialmente como frentista e em 1978 resolveu mudar de profissão e passou a ser letrista.

Sua admiração pela pintura data dos seus 12 anos quando iniciou a pintar com tinta a base de água ( látex ) sobre telas feitas de saco de açúcar, que ele próprio preparava com látex e cola branca e depois as esticava. Em 1978, passou a usar tinta a óleo, que sozinho aprendeu a manusear.

Realizou as seguintes exposições individuais: Salão de Artes de Ilha Solteira (1985); 1º, 2º e 3º Expoarte de Ilha Solteira (1985, 1986, 1987); Banco do Brasil, Banco Banespa e Unesp de Ilha Solteira (2000); Prefeitura Municipal de Ilha Solteira, (2002).

Participou, ainda, de exposições coletivas: 1º Exposição de Belas Artes de Ilha Solteira; 1º Exposição Circuito de Artes, (2002); ¨Mostra Brasil¨, Espaço Terrasse, Ilha Solteira e Associação Ilhense de Belas Artes (2003).

Possui obras em várias coleções, públicas e particulares e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp