Intervenções pontuais e uso inteligente do regimento são novidades do PJ

Parlamento Jovem 2005
18/11/2005 19:10

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1º vice-presidente da Assembléia, Jorge Caruso<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/parlajovcaruso.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputado jovem Maurício Rocha da Costa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/parlajovmauricio r da costa.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Muitos se surpreenderam, inclusive o 1º vice-presidente da Assembléia, Jorge Caruso (PMDB), com o nível alto de desempenho dos deputados jovens nesta sétima edição do Parlamento Jovem: desta vez, rapazes e moças com idade em média de 16 anos mostraram estar "ligados" nas manobras regimentais para marcar posição não só em defesa de projetos mas contra idéias de que discordam. Os jovens deputados lançaram mão de apartes, abstenção, votos contrários com declaração e alguns até esperaram o resultado da votação no painel eletrônico para só então consignarem seu voto no microfone de aparte.

Com forte apelo positivo, o projeto que estabelece a obrigatoriedade de que todos os órgãos públicos adotem frotas de veículos movidas a álcool combustível teve uma voz na oposição: Victor Oliveira, do Partido da Cultura, foi ao microfone e defendeu sua posição contrária ao projeto. Para ele, apesar da justificativa ecológica, o processo de produção do álcool combustível de cana gera subproduto altamente tóxico, o vinhoto, que vem causando problemas de contaminação inclusive de fontes de abastecimento de água. O autor do projeto, Guilherme Vedovato, do Partido da Natureza, contra-argumentou que o processo de produção da gasolina é também é nocivo ao meio ambiente, e, poluente por poluente, o uso do álcool polui menos.

Outro jovem parlamentar, do Partido da Juventude, apresentou projeto que proíbe menores de 18 anos de jogarem determinados games em lan houses e cibercafés, assim como de alugarem jogos violentos. Enquanto o autor, Maurício Rocha da Costa, defendia sua proposta, teve seu discurso interrompido por um oponente: "Se o jovem aos 16 anos pode votar, escolher o governador, o presidente, tem que ter o direito de escolher o que quer ver, ouvir e jogar!" Outro jovem correu ao microfone para defender a proibição: "E os jovens que viram filmes violentos ou games de guerra e saíram dando tiros e matando pessoas a esmo, como já houve diversos casos?"

Mesmo na eleição da mesa, a chapa vencedora, formada por deputados já no 2ª mandato, conseguiu eliminar os novatos da jogada. Houve protestos e questões de ordem para a assessoria (da Alesp) responder.

Segundo Jorge Caruso, o uso das ferramentas regimentais e a qualidade dos projetos demonstram que o parlamento jovem vem atingindo seus objetivos: trazer a população jovem para a política, para a participação cidadã na vida do país: se não forem candidatos, Caruso propôs aos jovens deputados que sejam participantes, formadores de opinião. "Só através da participação dos jovens no parlamento é que teremos futuro político no país (...) só assim (pela política e pela democracia) se pode construir uma sociedade mais justa e perfeita", disse Caruso aos jovens parlamentares ao encerrar o PJ.

alesp