Educadores do Escola da Família denunciam pressões de superiores


28/03/2007 18:13

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Deputado Hamilton Pereira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/hamilton universitarios.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A denúncia de que educadores do Escola da Família sofreram pressão para não participar da audiência pública que debateu os impactos do corte orçamentário no programa, realizada na Câmara Municipal de Sorocaba na última segunda-feira, 26/3, teve repercussão naquele município e na Assembléia Legislativa de São Paulo. A denúncia foi feita por duas universitárias que estiveram presentes na audiência, contrariando as ordens de seus superiores.

O deputado Hamilton Pereira (PT) ocupou a tribuna da Assembléia Legislativa na tarde de terça-feira, 27/3, e expôs a situação informada pelas universitárias. Uma estudante de Serviço Social, que atuava pelo programa na escola do Jardim Ipiranga, na periferia de Sorocaba, afirmou que na última reunião de sua equipe os universitários foram proibidos de dar entrevistas ou de se manifestarem a respeito do corte, sob risco de perderem a bolsa de estudos. "O regulamento do Escola da Família sobre os direitos dos universitários é de 2004 e hoje são colocadas regras que não estavam nesse regulamento", afirmou a bolsista.

Ela também criticou a forma como o programa foi cortado. "No Jardim Ipiranga, o Escola da Família era uma das poucas opções de lazer. De repente, fomos chamados para uma reunião em que nos informaram sobre sua transferência. Não tivemos tempo de avisar ninguém da comunidade", completou. "Se a comunidade se revoltar e quebrar a escola, o que não é bom, quem é rebelde? A comunidade, que está reivindicando um direito seu, ou o governador, que cortou o programa sem avisar ninguém?", ponderou a estudante.

Outra universitária que trabalhou na escola do bairro Vitória Régia, também da periferia de Sorocaba, confirmou a denúncia sobre a pressão sofrida pelos monitores para que não participassem da audiência. A universitária manifestou sua decisão de não se calar pela importância que o programa tem para a comunidade e pelas diversas distorções com que vem sendo tratado. "Em nenhum momento se pensou no que pode ser feito para corrigir o programa nas escolas onde ele continua funcionando, pois há muitas distorções", afirmou.

As denúncias também tiveram repercussão na Câmara de Sorocaba. A vereadora Tânia Baccelli (PT), durante seu discurso, mostrou as denúncias das universitárias, que foram reprisadas pela TV Legislativa. O presidente da Câmara Municipal, Paulo Mendes (PFL), manifestou o apoio do Legislativo às estudantes, caso sofram alguma represália por suas manifestações.

Durante a audiência pública, Hamilton criticou a postura da Secretaria da Educação e da Diretoria Regional de Ensino. "A educação é um dos pilares de nossa sociedade e, por isso, não há violência maior do que essa praticada pelo próprio poder público", protestou.

Segundo o parlamentar, durante a divulgação da audiência, sua assessoria esteve em todas as escolas estaduais de Sorocaba onde funciona ou funcionava o Escola da Família. "Em todas as escolas pudemos sentir a pressão que vinha sendo feita sobre os participantes do programa", afirmou.

hpereira@al.sp.gov.br

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