A necessidade de maior investimento em inovação tecnológica nas empresas foi debatida em seminário realizado na manhã desta terça-feira, 18/10, na Assembléia Legislativa. O evento, organizado pela Associação de Assistentes Técnicos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo (Atepesp), teve como objetivo principal debater a situação atual e as perspectivas de pesquisa e desenvolvimento no Estado.Há um esboço de projeto de lei sobre inovação tecnológica para São Paulo, elaborado pelo Executivo, que deve ser encaminhado à Assembléia. Por enquanto, a Lei 10.973/04 e o Decreto 5563/05, ambas normas federais, regulam o assunto.Representando a Fiesp, Anita Deddling disse que pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que as empresas inovadoras chegam a faturar 30% acima dos concorrentes, têm maior lucratividade e exportam mais e pagam melhores salários. Entretanto, ela afirmou que "apenas 1,7% das 72 mil empresas pesquisadas investe 3% do faturamento anual para inovar e diferenciar seus produtos".Dedling constatou, ainda, que São Paulo é responsável por 52% do valor investido em tecnologia no Brasil. Para ela, a manutenção na participação de mercado e o lançamento de novos produtos são motivos que levam as empresas a investir em planejamento e desenvolvimento.Limites e potencalidadesA pesquisa revelou ainda que apenas 9% das empresas estão informadas e têm condições de usar os benefícios fiscais e legais de incentivo à inovação tecnológica. Anita disse, ainda, que apenas as grandes empresas, pela capacidade que têm de monitorar melhor as várias normas existentes, utilizam desses benefícios.O presidente da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento de Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), Ronald Martin Dausha, declarou que o Brasil, juntamente com os Estados Unidos, Rússia e China são os únicos países que têm mais de cem milhões de habitantes, uma área territorial acima de quatro milhões de quilômetros quadrados e um PIB (produto interno bruto) acima de R$ 400 milhões de reais. Para ele, estes dados revelam que o país tem potencial para desenvolvimento tecnológico.Dausha declarou que o Brasil forma mais de 8 mil mestres e doutores por ano. Segundo ele, mais do que em muitos países desenvolvidos. Ressaltou, ainda, que a MP252, a chamada "MP do bem", que teve seu prazo expirado semana passada - sem que tivesse sido transformada em lei, trazia a previsão de incentivos fiscais para empresas que tivessem em seus quadros, mestres e doutores atuando em inovação tecnológica.O seminário discutiu ainda a integração entre as universidades e as indústrias, as parcerias para descoberta e desenvolvimento de inovações na área farmacêutica, a questão do meio ambiente e a tecnologia da informação e comunicação.Participaram do encontro o representante da Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), João Carlos Basílio; do Ministério da Ciência e Tecnologia, José Henrique Diegues; da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Luis Fernando Madi; o superintendente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Guilherme Ary Plonski; e o gerente do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, Geovane Cayres Magalhães. Rodrigo Oliveira, assessor da Presidência, representou o deputado Rodrigo Garcia na abertura dos trabalhos.