Edifícios Copan e Itália, dois marcos da arquitetura moderna em São Paulo


15/08/2008 16:02

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Edifício Copan <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/edificio copan a.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Edifício Itália <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/edificio italia.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Vizinhos na região central da Capital paulista, os edifícios Copan e Itália são dois ícones da arquitetura moderna em São Paulo. Projeto, construção e histórias " tudo que se refere às duas edificações envolve números impressionantes e formas inusitadas.

Com entradas pelas avenidas Ipiranga e São Luís, o Copan chama a atenção pelo grande volume em curva sinuosa, uma das características da obra do arquiteto Oscar Niemeyer, que o projetou em 1951, com a colaboração de Carlos Lemos, como parte das comemorações do quarto centenário da cidade de São Paulo.

A previsão de inaugurá-lo em 1954, no entanto, não se concretizou. O projeto foi encomendado pela Companhia Pan-Americana de Hotéis. A obra, a cargo da Companhia Nacional da Indústria da Construção, começou em 1952, mas apenas em 1953 foi concedido o alvará de construção e tiveram início os trabalhos de terraplenagem. No entanto, a obra foi interrompida no ano seguinte, por questões que envolveram intervenção federal no grupo empreendedor. Foi retomada apenas em 1957, quando o Bradesco adquiriu os direitos de construção do Copan.

A partir daí, o cronograma do Copan revela que as partes de concreto armado e alvenaria foram concluídas em 1961; em 1963, os primeiros moradores já estavam instalados no edifício. Apenas nos anos 70, contudo, é que a prefeitura concedeu o habite-se à edificação.

O projeto original também não foi executado na íntegra. Ele previa um edifício residencial de 30 andares, hotel com 600 apartamentos e, no embasamento, teatro, cinema e lojas. O prédio de apartamentos se ligaria por uma marquise ao hotel, mas este, assim como o teatro, não foi construído. O desrespeito à proposta original levou Niemeyer a desinteressar-se pelo trabalho.

Mesmo o edifício residencial executado passou por transformações. Inicialmente, ele teria 900 apartamentos, divididos em seis blocos. Mas dois desses setores, que teriam unidades de quatro dormitórios, foram modificados, para abrigar quitinetes e apartamentos de um dormitório. Assim, o Copan passou a abrigar 1.160 apartamentos, onde vivem atualmente cerca de 2 mil pessoas: 64 unidades de dois dormitórios no bloco A; 128 de três dormitórios nos blocos C e D; e 968 unidades do tipo quitinete e um dormitório nos blocos B, E e F. Conta ainda com 72 lojas no pavimento térreo, 20 elevadores e, sinal de uma época em que os automóveis não forravam as ruas da cidade, apenas 221 vagas de estacionamento no subsolo.

Outros números do Copan também impressionam. É a maior estrutura em concreto armado do Brasil. Ele tem, no total, 116.152 metros quadrados de área construída, com 400 quilos de concreto por metro cúbico, 140 metros de altura e 37 andares " apenas cinco a menos que o vizinho edifício Itália.

Com 165 metros de altura, o edifício Itália já foi o mais alto da Capital paulista (hoje perde para o condomínio Mirante do Vale, no vale do Anhangabaú, com 170 metros). Situado na esquina das avenidas Ipiranga e São Luís, é um marco não só do processo de verticalização e desenvolvimento da cidade, mas também da participação da colônia italiana na história de São Paulo.

Foi através do Circolo Italiano, clube que ocupava o lote onde se ergueria o edifício (e hoje instalado nos três primeiros andares do prédio), que a obra tomou corpo. Em 1953, a construtora Otto Meinberg convidou três arquitetos para realizar o projeto: o italiano Gio Ponti, o russo-brasileiro Gregori Warchavchik (que havia estudado no Instituto Superior de Belas-Artes de Roma) e o alemão Franz Heep, radicado no Brasil desde 1947. Surpreendentemente, foi Heep quem venceu o concurso. E foi a partir de seu traço que surgiu a esbelta torre de formato ovalado e o ousado uso dos brises de alumínio em toda a fachada.

As obras tiveram início na década de 60 e em 1965 a edificação estava concluída, marcando de modo definitivo a esquina das avenidas Ipiranga e São Luís. Durante os trabalhos, foram consumidos 150 mil sacos de cimento, 20 mil toneladas de ferro e 6 mil metros quadrados de vidro (o edifício tem 4 mil janelas na fachada).

Com 52 mil metros quadrados de área construída e capacidade para 10 mil pessoas, o edifico é ocupado por escritórios e tem ainda no seu topo um mirante e um conhecido restaurante, com vista panorâmica da cidade. O edifício Itália é tombado pelos órgãos do patrimônio histórico de âmbitos municipal e estadual.



Fontes: sites do edifício Copan, da organização Viva o Centro, SampaArt, Sampacentro, tio sam.com/enciclopédia.

alesp