A sociologia da Educação

Opinião
23/05/2007 17:42

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Rafael Silva<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/rafael silva_3463.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Qual será o verdadeiro papel da Escola e do restante da sociedade no

Ensino da Cidadania?

Freud, Jung e outros especialistas afirmam que o inconsciente

determina nosso comportamento muito mais que o consciente. De onde vem o

inconsciente? Como é formado? William Lambert, psiquiatra americano e

professor de psicologia social, fala da formação da mente da criança.

Segundo ele, somente depois dos onze ou doze anos de idade, a pessoa começa

a definir seus conceitos e preconceitos, apesar de estar sendo preparada

desde seus primeiros meses de vida.

Hegel formula sua concepção do tríplice processo de formação da

consciência, consistindo de três elementos básicos: "as relações morais",

isto é a família ou a vida social; a "linguagem", ou os processos de

simbolização e o "trabalho" ou a maneira como o homem interage com a

natureza para dela extrair seus meios de subsistência.

David Hume fala da formação do "EU" ou da consciência do sujeito.

Para ele, o "EU" é um feixe de informações ou percepções em constante

mutação.

Na terminologia sociológica, socialização significa transmissão e

assimilação de padrões de comportamento, normas, valores e crenças.

Durkheim defende que a socieade não é simples soma de indivíduos. É

preciso que as consciências estejam combinadas de determinada maneira para

a existência da vida social. Surge, então, a Consciência Coletiva que irá

influenciar a consciência individual. Durkheim entendia que os problemas da

Europa de sua época eram de natureza moral e não de fundo econômico.

Para Weber, o indivíduo é mais importante, ou seja, os atores sociais

produzem a sociedade.

Edgard Morin, em trabalho desenvolvido para a Unesco, determinou que

somente com ética e cidadania nas escolas e nos órgãos de comunicação de

massa, poderemos fazer com que uma nação deixe de ser atrasada e suba até o

patamar das nações desenvolvidas.

Nos dias atuais, a televisão passou a ser decisiva e nociva na

educação das pessoas, principalmente das crianças e dos adolescentes.

A falta de políticas públicas adequadas, com mais oportunidades e

perspectivas, também se apresenta como fator negativo para a construção de

mentes ou consciências.

A excessiva concentração de renda e o gigantesco hiato social

constroem frustrações e dão origem ao estado de anomia (ausência de

normas).

O enfraquecimento da cidadania é sintoma de uma grave doença social.

Governantes sérios e bem intencionados, assessorados por especialistas nas

áreas da Filosofia, da Sociologia e da Psicologia poderiam criar nortes e

objetivos, instituindo políticas eficientes para a promoção de mudanças

efetivas. Nada disso surtirá efeito se não houver profundas transformações

na distribuição de renda, na valorização da Educação e na confecção de

normas que instituam limites e punições exemplares para aqueles que

desrespeitem o sistema legal, principalmente os grandes fraudadores,

corruptos e criminosos do "colarinho branco".

Cidadania é um estado de consciência.

*Rafael Silva é deputado estadual pelo PDT de São Paulo.

alesp