Os batiks iluminados de Rita França reúnem espiritualidade e a força da cor

Emanuel von Lauenstein Massarani
24/05/2004 14:00

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Rita França<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Rita Franca.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Batik Kadiwéus<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Rita franca KADIWEUS.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Valorizando suas raízes mato-grossenses e a preservação ambiental de nossas nações indígenas, a pintura que a artista Rita França cultiva é, ao mesmo tempo, uma evasão e um meio para continuar sua ação em defesa de uma filosofia de vida, já iniciada através de suas jornadas no desenvolvimento do Projeto Pantanal - Alerta Brasil.

Sua obra é pois o resultado de visões e de fatos vividos. Símbolos e sinais deixados pelos habitantes do Pantanal representam para a artista a esperança de um novo amanhã a nos guiarem a encontrar uma justa dimensão de vida.

Luz e cor intensa predominam em seus "batiks" que podem parecer às vezes herméticos, embora acessíveis também ao observador mais profano, lhe permitem fundir em suas obras um lirismo e uma espiritualidade verdadeiramente dignas de apreço.

Mas é sobretudo a espontaneidade que rende valida e autentica sua arte. A sinceridade dessa artista se nota através de sua rica produção, mais instintiva que raciocinada, quase nascesse diretamente de sua alma.

Com sua pesquisa, Rita França coloca o acento sobre o significado vital de sua emoção pictórica, entregue de fato a uma intensa visão interior que sabe filtrar os estímulos externos da realidade fenomênica com profundo e vigoroso imediatismo lírico até alcançar mais distintamente a um translado imaginativo de exultante cromatismo.

A analise da realidade é conduzida por essa artista tendo como ponto de referência o retorno subliminar e a radicalização da pesquisa. Esta tem como ponto de força a cor, usada com instintivo "metier", de maneira a criar infinitas possibilidades comutativas.

A cor é para essa artista um ponto de partida e de chegada. De partida porque da cor deriva a magia sutil de seus quadros, cujas imagens emergem, em geral, de dimensões acima da media. Uma medida que tem exatamente na analise cromática as suas bases concretas e a sustentação de uma invenção motivada.

No batik "Kadiwéus", obra doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, encontramos a sensibilidade de Rita França em perfeita correspondência entre luz e volume, entre cor e espaço, onde a artista consegue, através o filtro de sua viva inteligência dar vida e alma a imagens e formas as mais diversificadas.

A Artista



Rita França, pseudônimo artístico de Rita Figueiredo de Arruda França, nasceu em São Paulo em 1960. Dedica-se às artes desde os 15 anos de idade, sobretudo no campo do batik.

Artista plástica, compositora, cantora, produtora cultural e idealizadora do Projeto Pantanal - Alerta Brasil que coordenou de 1987 a 1992. Em 1993 realizou sua primeira exposição no Espaço Oz intitulada "Sintonia, Luzes e texturas" que percorreu diversas cidades do Litoral norte (1993 - 1994).

Criou e patenteou na ocasião um processo de iluminação de suas obras intitulado "Obras acesas", onde usa a luz como elemento compositivo. No ano 2000 recebeu o Prêmio de Criatividade Moderna, no Grande Salão Michelangelo Pira, na Sardenha, Itália.

Participou de diversas exposições, destacado-se entre elas: "Pintar no Sete", Espaço Cultural Royal, Pinheiros (1996) e no Centro Cultural de Fort Lauderdale, na Florida, Estados Unidos (2000); "Jardim do Coração - da terra ao céu", Espaço Cultural Pergola, São Paulo, Florianópolis, Chapada dos Guimarães e na antiga Residência dos Governadores em Cuiabá, MT (2001); Casa da Fazenda do Murumbi (2002).

Suas obras encontram-se em coleções particulares e oficiais na Itália, Estados Unidos e no Brasil, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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